O assassínio do ativista afro-americano Malcolm X ocorreu a 21 de fevereiro de 1965, no dia em que iria falar num comício no auditório do Auduborn Ballroom, em Nova Iorque, em nome da igualdade e dos direitos humanos. Foi morto a tiro quando estava diante da mulher e das suas filhas.
Volvidos 56 anos, dois dos três homens condenados pelo homicídio de uma das figuras mais proeminentes na luta contra o racismo nos Estados Unidos vão ser absolvidos esta quinta-feira, depois de décadas em que estiveram presos.
Uma nova investigação foi aberta sobre o caso em 2020, depois de a série documental da Netflix, intitulada “Quem matou Malcolm X?”, com seis episódios, ter evidenciado lacunas no processo que culminou com a sentença proferida em 1966.
“O que podemos fazer é reconhecer o erro, a gravidade do erro”, diz o procurador de Manhattan, Cyrus Vance, citado pelo “The New York Times”.
“Isto aponta para a verdade de que a aplicação da lei ao longo da História muitas vezes falhou em cumprir as suas responsabilidades”, reconhece Vance, acrescentando que “estes homens não receberam a justiça que mereciam”.
Historiadores e académicos sempre alertaram para o erro que a justiça norte-americana teria cometido.
Os dois homens condenados que agora vão ser ilibados do crime são Muhammad Abdul Aziz e Khalil Islam. O primeiro foi libertado em 1985, enquanto o segundo saiu em liberdade em 1987, tendo falecido em 2009. Ambos defenderam sempre a sua inocência.
O terceiro condenado, Mujahid Abdul Halim, admitiu a culpa pelo assassínio de Malcolm X mas sempre garantiu que os outros dois homens nada tinham que ver com o crime.