Internacional

Eslovénia nega uso de Pegasus após assumir reunião com grupo NSO

O executivo só admitiu que, em março passado, o primeiro-ministro da Eslovénia, o populista conservador Janez Jansa, se reuniu com várias empresas de informática em Israel

O Governo esloveno negou esta terça-feira que tenha usado ou mostrado interesse em adquirir o Pegasus, depois de a imprensa local ter divulgado que houve uma reunião com o grupo NSO, a empresa israelita que desenvolveu o programa.

O executivo só admitiu que, em março passado, o primeiro-ministro da Eslovénia, o populista conservador Janez Jansa, se reuniu com várias empresas de informática em Israel. Segundo o portal de informações Ostro, entre as empresas figurava o grupo NSO.

Outros órgãos de comunicação social indicaram que o ministro da Economia esloveno, Zdravko Pocivalsek, teve outra reunião com o conselho de administração da empresa israelita em maio.

"Durante o mandato deste Governo, a Eslovénia não teve interesse na compra do referido programa [Pegasus]. Segundo as informações que dispomos, nenhuma instituição eslovena utiliza este programa", anunciou o executivo, segundo a estação de televisão local N1.

Por seu lado, o presidente da comissão parlamentar para o controlo dos serviços de informações e segurança, Matjaz Nemec, disse hoje à agência noticiosa local STA que foi informado no ano passado sobre um possível abuso de 'spyware', mas que não sabe o que é.

Jansa é um forte aliado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, cujo governo foi acusado de ter usado o programa para monitorar jornalistas e opositores.

O executivo de Jansa, que preside no atual semestre o Conselho da União Europeia (UE), tem sido repetidamente acusado por organizações não-governamentais internacionais e pela Comissão Europeia de ataques a jornalistas e à liberdade de expressão.