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Regime angolano em estado de alerta: “O Ocidente está farto de nós”

Casos de corrupção, diabolização do líder da oposição e desunião no partido governante enfraquecem as expectativas de democratização que alguns depositaram no Presidente João Lourenço

O Presidente de Angola, João Lourenço, foi vacinado este mês contra a covid-19. Mas há outras maleitas que continuam a manchar o seu regime
AMPE ROGÉRIO/LUSA

“O MPLA está preparado para ter Adalberto da Costa Júnior como Presidente de Angola?” A pergunta, disparada à queima-roupa pelo embaixador de um país da União Europeia (UE) em recente audiência, apanhou de surpresa Paulo Pombolo, secretário-geral do Movimento Popular pela Libertação de Angola, que governa o país desde a independência. Também deixou em estado de alerta a sua liderança.

O recado sinaliza, de forma acintosa, o sentimento de saturação que parece ter-se apoderado do Ocidente ante um longo ciclo de governação que continua a manter Angola refém da corrupção, como atesta o escândalo de desvio de mais de dez milhões de dólares (8,2 milhões e euros), protagonizada por altas patentes de um dos centros nevrálgicos do seu próprio poder: a Casa Militar do Presidente.