Um cartaz com caracteres em hebraico, fotografias tiradas de cima e uma cidade antiga, cor de tijolo, cá em baixo. Um buraco numa janela, uma carrinha amachucada de lado, soldados abraçados. Separadamente, nenhuma fotografia é particularmente chocante, nem denuncia sequer algo de errado. Juntas, são imagens da ocupação de um território, que “nada, nenhuma ação do Hamas, nenhum rocket, nenhum ato violento do outro lado, nada, mas mesmo nada justifica”. Quem diz isto é um israelita.
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“Podemos invadir qualquer casa, mas nesta há TV e vai jogar a Argentina”. A ocupação da Palestina vista por ex-soldados israelitas
Em 2004, no pico da violência da Segunda Intifada, 60 soldados israelitas reuniram-se para quebrar o silêncio, que, acreditam, paralisa qual camisa de forças a sociedade israelita, quando o assunto são os territórios ocupados. Há mais de 15 anos que a associação “Breaking the Silence” percorre o mundo com uma exposição de fotos tiradas pelos próprios soldados israelitas durante missões na Palestina. O Expresso percorreu a psique coletiva do exército israelita com ajuda de dois ex-soldados. A mostra pode ser visitada no Mercado Forno de Tijolo, em Lisboa, até 28 de maio