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Defesa de Trump aposta tudo no argumento da liberdade de expressão. Senado votou e voltou a considerar constitucional o julgamento

Está claro o caminho que a defesa do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai seguir neste segundo processo de destituição: tudo o que Trump disse antes da invasão do Capitólio por dezenas de seus apoiantes é seu direito dizer, porque a Constituição norte-americana protege de forma bastante feroz a liberdade de dizer (mesmo) quase tudo. Nos próximos dias podemos esperar longas horas (16, mais exatamente) de argumentos dos dois lados

Win McNamee/Getty Images

Foram quatro horas de debate, mas muito do que foi dito no primeiro dia do segundo processo de destituição de Donald Trump, ex-Presidente dos Estados Unidos, já tinha sido discutido na abertura desta sessão do Senado, há cerca de duas semanas.

O julgamento acontece um mês depois de a Câmara dos Representantes ter aprovado um histórico segundo processo de impugnação a um Presidente dos Estados Unidos, cargo que Trump ainda ocupava quando a invasão do Capitólio chocou o país, ato cuja culpa os democratas acreditam ser primeiramente do ex-Presidente, que terá incitado os seus apoiantes a à insurreição, lê-se no artigo de impeachment agora em discussão. O Senado só conduziu, até aos dias de hoje, três processos de destituição a presidentes: Andrew Johnson em 1868, por demitir um ministro sem aprovação do Congresso; Bill Clinton em 1998, por mentir à justiça e por tentar obstruir o seu normal funcionamento; Donald Trump em 2020, por abuso de poder e obstrução ao Congresso.