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Moçambique. Nyusi desperta para o terrorismo

Com ataques cada vez mais perto das instalações de gás natural, Maputo já não procura minimizar crise em Cabo Delgado. Presidente nomeou novo chefe dos militares e novo embaixador na vizinha Tanzânia

Centenas de deslocados, incluindo muitas crianças, acumulam-se no Centro Agrário de Napala, no Norte do país
ALFREDO ZÚÑIGA/AFP/Getty Images

Apesar de a insurgência armada na província de Cabo Delgado já durar há mais de três anos, as campainhas devem ter soado insistentemente em Maputo nas últimas semanas, depois de militantes do Daesh terem realizado uma série de ataques muito perto das instalações da multinacional Total, que tem concessão para a exploração de gás natural na península de Afungi, perto de Palma. Entre o Natal e o Ano Novo houve incursões nas aldeias de Mute, Mondlane, Olumbi e Quitunda, num raio de 20 quilómetros dos locais da petrolífera.

Embora todos os ataques tenham sido repelidos pelas forças de segurança, a Total decidiu no início do ano parar as obras e evacuar por via aérea a maior parte dos 3000 trabalhadores no local. Poucos dias depois, o diretor-geral da multinacional francesa, Patrick Pouyanné, voou para Maputo, onde se encontrou com o Presidente Filipe Nyusi e outros dirigentes moçambicanos, para discutir o reforço da segurança em redor do empreendimento.