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Internacional

Biden e a América Latina: diplomacia e instituições em vez de ameaças e amizades pessoais

Mudança no tom, na forma e na abordagem fará perdedores de dirigentes como o brasileiro Jair Bolsonaro e o mexicano Andrés Manuel López Obrador, mas não necessariamente o Brasil e o México enquanto países. Os desafios principais na região serão México, imigração e corrupção na América Central, sendo ainda necessário negociar com Cuba uma abertura que envolva a redemocratização da Venezuela. Dois decretos emitidos por Joe Biden nas últimas horas para reverter políticas de Donald Trump têm impacto direto na América Latina

Joe Biden num encontro com Andrés Manuel López Obrador, quando um era vice-presidente dos EUA e o outro candidato a presidencial no México. Agora são ambos chefes de Estado e têm uma das relações mais importantes do continente americano
YURI CORTEZ/AFP/GETTY IMAGES

A política externa dos Estados Unidos da América deve mudar na forma e no enfoque. Essas mudanças devem sentir-se nos países do continente americano, sobretudo Brasil, México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Cuba e Venezuela, em questões como ambiente, imigração, drogas, corrupção e democracia.

O tom ríspido de ameaças inclusive bélicas de Donald Trump deve dar lugar a um tom de compreensão, associado a uma diplomacia de persuasão. Saem de cena os muros e aparecem estratégias de prémios e castigos. Acabam-se as ameaças de intervenção militar na Venezuela, estrangulamento económico em Cuba, muro no México ou corte da ajuda financeira a Guatemala, Honduras e El Salvador.