Internacional

Paris. Detidos dois suspeitos de ataque com arma branca junto à antiga redação do “Charlie Hebdo”, que fez dois feridos

Feridos estão fora de perigo. Primeiro-ministro francês dirigiu-se ao centro de crise do Ministério do Interior. Presidente do Conselho Europeu sublinhou que “o terror não tem lugar na Europa”

Serviços de emergência perto do local da antiga redação do “Charlie Hebdo”, onde um ataque com arma branca fez esta sexta-feira pelo menos dois feridos
GONZALO FUENTES

Duas pessoas foram esta sexta-feira feridas com gravidade na avenida Richard Lenoir, em Paris, junto ao edifício da antiga redação do jornal satírico “Charlie Hebdo”, após terem sido alvo de um ataque com arma branca, anunciou a polícia da capital de França.

A polícia deteve dois suspeitos do ataque. O primeiro foi detido pelas 11h45 de Portugal continental, junto à Praça da Bastilha, no leste de Paris, muito perto do local do ataque, do qual se desconhecem, para já, os motivos. O presumível atacante tinha sangue na roupa. Quase uma hora mais tarde, foi detido um segundo suspeito nas proximidades da estação de metro Richard Lenoir, de acordo com o jornal “Le Figaro”.

As primeiras notícias referiam quatro feridos mas, fonte próxima da polícia, citada pela AFP, confirmou que há apenas duas vítimas confirmadas. ASão dois funcionários da agência noticiosa e produtora Premières Lignes.

A Procuradoria de Paris já abriu um inquérito por “tentativa de homicídio”, anunciou o procurador Rémy Heitz à AFP.

Primeiro-ministro no centro de crise

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, cancelou um discurso que se preparava para fazer e dirigiu-se ao centro de crise do Ministério do Interior. Em declarações à comunicação social, o governante já confirmou que as vítimas não estão em perigo de vida.

Milhares de alunos foram confinados por precaução, indicou a Câmara Municipal de Paris, e as autoridades apelaram para que as pessoas evitem aquela zona, no 11.º bairro de Paris, onde foi ainda encontrado um pacote suspeito.

Seis estações de metro (Bastilha, Richard Lenoir, Bréguet Sabin, Saint-Sébastien Froissart, Chemin Vert e Saint-Ambroise) foram também encerradas.

A antiga redação do “Charlie Hebdo” foi alvo, a 7 de janeiro de 2015, de um ataque jihadista que fez 12 mortos e cinco feridos graves. O julgamento dos presumíveis cúmplices desse e de outros ataques jihadistas em Paris está a decorrer, desde o início de setembro, na capital francesa.

O jornal mudou as suas instalações depois do ataque de 2015.

Conselho Europeu condena “ato cobarde de violência”

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou o que descreveu como um “ato cobarde de violência”, sublinhando que “o terror não tem lugar na Europa”.

“Novo esfaqueamento em frente às antigas instalações do Charlie Hebdo. Todos os meus pensamentos estão com as vítimas deste cobarde ato de violência”, escreveu o responsável no Twitter.

Charles Michel, que esta sexta-feira terminou a quarentena por ter testado novamente negativo para a covid-19, manifesta também “total solidariedade com o povo francês relativamente a este novo teste”, sublinhando que “o terror não tem lugar na Europa”.