A Associação de Jornalistas revelou que, entre os alvos da decisão estão quatro jornalistas da Rádio Liberdade.
Foram também retiradas as credenciais a dois correspondentes da agência francesa AFP, a três da alemã ARD, a dois da Associated Press, a dois da Reuters, a um da RFI e a outro do canal norte-americano em idioma russo Nastoyascheye Vremia.
Alguns deles, cidadãos russos, foram expulsos do país.
Deste modo, o Presidente Alexandr Lukashenko começa a cumprir as promessas feitas em julho, de encurtar o passo aos media estrangeiros, que acusa de "tendenciosos" e de incentivarem os protestos relacionados com a sua reeleição.
"Expulsem-nos se não cumprem as nossas leis e levam o povo a protestar", ordenou o Ministério do Interior, entidade encarregada de regular o trabalho dos média estrangeiros.
Na quinta-feira, a polícia bielorrussa deteve meia centena de jornalistas, muitos dos quais foram libertados posteriormente, mas alguns ficaram à espera de julgamento e foi anunciada a deportação do jornalista sueco Paul Hansen, que não poderá regressar à Bielorrússia durante cinco anos.
Perante esta situação, a Associação de Jornalistas da Bielorrúsia exigiu ao Comité de Investigações do país que inicie um processo legal por obstrução ao trabalho dos jornalistas, um crime que está contemplado na legislação bielorrussa.
A organização exigiu o afastamento dos responsáveis, já que "a manterem-se nos seus cargos, obstaculizam a investigação prévia e o processo legal" e continuarão este tipo de atividades "criminais".
"Os agentes da polícia destruíram deliberadamente os vídeos gravados, que pertencem por direito de autor aos jornalistas e aos órgãos de imprensa. Tudo isto foi acompanhado por ameaças de danificar ou destruir o equipamento dos profissionais", adiantou a APB.
Desde as eleições presidenciais de 9 de agosto, em que segundo os dados oficias ganhou Alexandr Lukashenko, no poder desde 1994, com 80,1% dos votos, não faltam denúncias, por parte da oposição que considera os resultados fraudulentos. A Bielorrússia atravessa a maior onda de contestação da sua história.