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A procuradora durona pronta para ser presidente: Kamala Harris, a eleita de Biden para vice

A senadora californiana Kamala Harris, 55 anos, vai acompanhar Joe Biden como candidata a vice-presidente no “ticket” democrata. “Uma escolha muito difícil”, confessa ao Expresso um antigo chefe de gabinete de Biden

Win McNamee / Getty

Kamala Harris é a escolha do candidato democrata Joe Biden para a vice-presidência dos Estados Unidos, uma decisão prevista e preparada ao pormenor. Um conjunto de pesos pesados do partido esperam-na na sede de campanha, muitos deles oriundos da antiga equipa do ex-chefe de Estado americano Barack Obama, uma espécie de guarda pretoriana que a auxiliará na assimilação rápida dos dossiês.

“Vive-se um período único na História”, diz ao Expresso Peter Emerson, estratego do partido democrata desde 1972. Fruto da pandemia, da consequente crise económica e de uma convulsão social, resultado de meses a fio de protestos contra a violência racial, “Kamala mal terá um segundo para respirar”.

Trata-se da terceira mulher a ser selecionada pelos dois principais partidos para o lugar - a primeira negra -, após as escolhas da democrata Geraldine Ferraro no ciclo eleitoral de 1984 e da republicana Sarah Palin, 24 anos depois.

“Pronta para ser presidente”, afirmou ao Expresso Edward Kaufman, antigo chefe de gabinete de Biden, numa alusão ao facto de o próprio candidato presidencial pensar na sua número dois como “alguém que o eleitorado reconheça como capaz de liderar os Estados Unidos”.

O próprio Joe Biden admitiu isso mesmo durante as primárias, confessando que dificilmente cumprirá dois mandatos, dada a idade avançada (78 anos caso tome posse a 20 de janeiro, o que o tornará o presidente americano mais velho da História).

“Foi uma escolha muito difícil”, esclarece-nos Kaufman, que abdicou de participar na nova campanha, dado que a idade (81 anos) coloca-o num grupo de risco em caso de infeção com o novo coronavírus. “O elenco de 11 mulheres era extremamente talentoso”.

“Não alimentem estereótipos relacionados com mulheres e muito menos com mulheres de cor”