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Que acontece a quem foge da Coreia do Norte, arrepende-se e decide voltar para casa?

Não são muitos, mas há quem decida regressar depois de ter arriscado a vida para fugir do país mais fechado do mundo. Para muitos desertores norte-coreanos, a vida no Sul rico e democrático não correspondeu às expectativas. De volta à terra natal, onde enfrentam o rótulo de “traidores”, tanto os esperam punições exemplares como papéis de destaque na propaganda do regime

Dois homens (o de preto é um desertor norte-coreano) rasgam a bandeira da Coreia do Norte, durante uma “performance”, em Seul, comemorativa do 70º aniversário do início da Guerra da Coreia
Chris Jung / Getty Images

Num país tantas vezes descrito como autoritário, repressivo e impiedoso com quem hesita na lealdade ao regime, não se estranha que haja cidadãos que, em contextos de grande desespero, arrisquem a vida para fugir da Coreia do Norte — de onde só se sai com autorização superior. Já é mais difícil compreender que depois de concretizarem a fuga com êxito queiram regressar ao país de onde desertaram e onde têm o rótulo de “traidores”.

Segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, nos últimos cinco anos, pelo menos 12 desertores norte-coreanos deram-se mal no próspero e democrático Sul e optaram por regressar ao último reduto do comunismo à face da Terra: três em 2015, quatro em 2016, quatro em 2017 e um a 19 de julho passado. O número pode, na realidade, ser muito superior já que Seul não sabe do paradeiro de outros 891 desertores norte-coreanos.