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ETA, GAL e DRIL: três siglas sangrentas unidas pela história

Parlamento espanhol veta comissão de inquérito aos vínculos do ex-primeiro-ministro Felipe González com a “guerra suja” contra a ETA. Entretanto um crime atribuído até agora ao grupo terrorista basco foi, afinal, cometido por uma organização luso-espanhola contra as ditaduras de Salazar e Franco. Investigador que revelou o engano fala ao Expresso

As mães dos etarras Vincente Perurena e Angel Gormindo, mortos pelos Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL), durante o funeral dos filhos, em 1984
Jacques Pavlovsky/getty images

O Congresso dos Deputados espanhol travou a possibilidade de uma comissão especial de inquérito examinar os crimes dos Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL), protagonistas durante quatro anos da “guerra suja” contra a ETA. Esta decisão será indubitavelmente elemento de controvérsia na campanha para as eleições autonómicas bascas do próximo dia 12 de julho, iniciada ontem.

A questão coincide no tempo com a clarificação, ao que parece definitiva, de que a organização terrorista basca não matou a pequena Begoña Urroz, de 20 meses, no dia 27 de junho de 1960, naquele que até agora era considerado o seu primeiro assassínio. Foi um obscuro grupo de âmbito ibérico, o Diretório Revolucionário Ibérico de Libertação (DRIL) —, inspirado e amparado pelo castrismo cubano — que colocou uma mala-bomba na estação ferroviária de Amara, em San Sebastián, a qual acabou com a vida da bebé.