Um vírus desconhecido
12 dezembro 2019
Começam a surgir casos de pneumonia em Wuhan, capital da província chinesa de Hubei.
31 dezembro
Casos de pneumonia são reportados à Organização Mundial de Saúde (OMS).
O vírus é desconhecido.
1 janeiro 2020
Um mercado de marisco e carne é encerrado em Huanan. As autoridades acreditam que os animais selvagens ali vendidos podem estar na origem do vírus.
5 janeiro
Especialistas descartam a hipótese de o vírus ser o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ou da Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS).
Primeiros casos e medidas de prevenção
7 janeiro
As autoridades chinesas identificam o vírus como um novo coronavírus.
11 janeiro
A comissão municipal de saúde de Wuhan anuncia a primeira morte. Um homem de 61 anos, exposto ao vírus no mercado de marisco, morrera a 9 de janeiro na sequência de uma insuficiência respiratória causada por uma pneumonia grave.
17 janeiro
Uma segunda morte é registada em Wuhan.
Três aeroportos nos EUA começam a rastrear passageiros que chegam daquela cidade.
22 janeiro
O número de casos confirmados na China ultrapassa os 17 mil.
Wuhan encerra temporariamente o aeroporto e estações ferroviárias.
Ano Novo cancelado, cidades em quarentena
23 janeiro
O Governo central de Pequim cancela todas as celebrações do Ano Novo Lunar para evitar a propagação do vírus.
A OMS declara que o coronavírus não é ainda uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.
24 janeiro
13 cidades da província de Hubei ficam em quarentena, afetando 41 milhões de pessoas.
25 janeiro
A região administrativa especial de Hong Kong declara o vírus uma emergência, cancela as celebrações de Ano Novo e restringe as ligações com a China continental.
Uma emergência global, dois mortos fora da China continental
30 janeiro
A OMS declara o coronavírus uma emergência global.
1 fevereiro
O número de mortes na China chega aos 259, com quase 12 mil casos confirmados.
2 fevereiro
Um homem nas Filipinas morre com coronavírus. É a primeira morte registada fora da China desde o início do surto.
4 fevereiro
Um paciente de 39 anos sucumbe em Hong Kong e torna-se a segunda vítima mortal fora da China continental.
O Japão anuncia que 10 passageiros do cruzeiro Diamond Princess estão infetadas. O navio, com mais de 3.700 pessoas a bordo, é colocado em quarentena ao largo de Yokohama, perto de Tóquio.
7 fevereiro
Li Wenliang, o medico chinês que alertou para o surto e foi silenciado, morre depois de contrair o vírus no hospital de Wuhan onde trabalhava.
Casos e mortes disparam, terceira morte fora da China
9 fevereiro
O número de mortos chega aos 813, ultrapassando as vítimas fatais da epidemia de SARS em 2002-2003.
11 fevereiro
A OMS batiza o coronavírus como ‘Covid-19’.
12 fevereiro
O número de pessoas infetadas a bordo do Diamond Princess sobe para 175.
13 fevereiro
A província de Hubei regista quase 10 vezes mais casos e mais do dobro das mortes da noite para o dia. A alteração dos critérios na avaliação de novos casos é a justificação apresentada para os aumentos súbitos.
O Japão confirma a primeira morte no país, que se torna a terceira fora da China continental.
O Coronavírus em Portugal
Por vezes a antecipação de um acontecimento trágico tem tanto ou mais impacto do que quando chega efetivamente a ocorrer. Pelo menos tem sido esta a situação de Portugal quanto ao surto epidemiológico do coronavírus - esta semana rebatizado como Covid-19- nascido na China. Até ao momento, houve seis casos suspeitos em território nacional, mas, após testes laboratoriais, todos deram negativo. No entretanto, a chegada dos portugueses repatriados da província de Wuhan levantou um debate público quanto à obrigatoriedade de quarentena para doentes infecciosos. A somar a isto, houve ainda uma declaração polémica da ministra da Agricultura, que sugeriu que o surto podia ser benéfico às exportações portuguesas.
Apesar de ainda não ter sido registado nenhum caso em Portugal, a tensão provocada pelo Covid-19 está mais que presente. Nas últimas semanas, foram vários os episódios.
22 de janeiro
A Direção Geral de Saúde (DGS) começou começou a mobilizar-se para enfrentar o Covid-19 no mesmo dia em em arrancou o isolamento da cidade de Wuhan. Nesse dia, os hospitais de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, passaram a estar em modo de alerta.
26 de janeiro
Primeiro caso suspeito em Portugal: um homem, regressado da China dois dias antes, apresentava sintomas gripais - febre, tosse e dificuldades respiratórias - e foi posto sob observação no Hospital Curry Cabral. Mais tarde, o resultado das análises para o coronavírus deu negativo.
30 de janeiro
Parte o avião que vai buscar cidadãos portugueses que moravam em Wuhan e que pediram a ajuda do Estado para sair. A discussão em torno da quarentena obrigatória chega à praça pública, com Francisco George, ex-responsável máximo da DGS, a defender essa possibilidade. Dias depois, Marta Temido irá tomar a mesma posição.
A possibilidade de quarentena obrigatória, devido a doenças infecciosas não está acautelada na Constituição Portuguesa. Sem resistência, todos os cidadãos repatriados aceitaram permanecer em quarentena de forma voluntária. São acompanhados por profissionais clínicos durante toda a viagem.
31 de janeiro
Segundo caso suspeito: um cidadão italiano, que trabalhava em Felgueiras e que também tinha regressado há pouco tempo da China, é admitido no Hospital de S.João com sintomas do vírus. Resultado após análises: negativo.
2 de fevereiro
O Avião da Força Aérea Portuguesa que transportou os 18 portugueses retirados da cidade de Wuhan aterra ao princípio da noite na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa. A bordo seguiam também duas cidadãs brasileiras que viajaram para Portugal. Ficam em quarentena voluntária por 14 dias - ou seja, até sábado.
4 de fevereiro
Surgem novos dois casos suspeitos: dois cidadãos portugueses, um de 40 anos e outro de 44 anos. O português de 40 anos já estava sob vigilância das autoridades de saúde, tendo estado com um grupo de alemães que integraram uma formação com um doente da China. O de 44 anos é residente na grande Lisboa, tendo sido validados dois critérios do vírus por dois médicos. Após testes, o resultado deu negativo para ambos.
7 de fevereiro
O maior flagelo político do coronavírus: a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, afirmou que o coronavírus - que à data já havia provocado cerca de 700 mortos na China - “até pode ter consequências bastante positivas” para as exportações portuguesas do setor agroalimentar para os mercados asiáticos.
Após comoção pública, a ministra emitiu um comunicado em que dizia lamentar “a interpretação feita das suas palavras”.
10 de fevereiro
Dois novos casos: um homem brasileiro, 29 anos, é internado no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, por suspeita de infeção; uma mulher vinda da China aterra em Lisboa e é reencaminhada para o Curry Cabral.
Em comunicado enviado à Lusa, a Direção-Geral da Saúde (DGS) informou que os resultados das análises ao quinto e sexto casos foram negativos.
O resultado do paciente internado no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, foi "negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, com duas amostras biológicas negativas", explicou a DGS.