Centenas de manifestantes anti-Brexit estão a protestar esta sexta-feira em Londres, um dia após a vitória eleitoral de Boris Johnson. Nesta altura, uns descem a Victoria Street rumo à Praça do Parlamento, enquanto outros dirigem-se à Trafalgar Square, avançam os jornais britânicos.
Dezenas de agentes encontram-se na zona e já foi criado um perímetro de segurança. Entretanto, a polícia carregou contra os manifestantes, depois de ter ameaçado com bastões com vista a travar o avanço do protesto. Várias pessoas entoam cânticos e seguram cartazes com frases como: “Brexit, não”, “Boris Johnson não é o meu primeiro-ministro” ou “Não ao racismo, não a Boris Johnson”.
Há registo de confrontos entre manifestantes. Noutras zonas da capital britânica também ocorrem protestos a favor e contra a eleição do primeiro-ministro, Boris Johnson, nomeadamente em Downing Street, com a participação de anti-fascistas e ativistas de associações de combate ao racismo. Também em Glasgow se assinalam protestos contra a eleição de Boris Johnson, de acordo com o “Guardian”.
Estes protestos ocorrem poucas horas depois de terem sido divulgados os resultados finais das eleições legislativas britânicas. De acordo com a BBC, o Partido Conservador de Boris Johnson, ganhou com maioria absoluta as eleições, elegendo 365 deputados. A vitória esmagadora do Partido Conservador levará Boris Johnson a tentar concluir a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) já a 31 de janeiro de 2020.
Durante o seu discurso, Boris Johnson transmitiu uma mensagem de unidade após o impasse sobre Brexit e prometeu “retribuir a confiança” daqueles que votaram pela primeira vez no seu partido. Esta sexta-feiram, a rainha Isabel II convidou Boris a formar Governo, depois de um encontro entre os dois no Palácio de Buckingham.
Já Jeremy Corbyn manifestou-se “triste” com a grande derrota do Partido Trabalhista, garantindo que fez tudo com vista a “esbater as divisões” entre aqueles que votaram a favor do Brexit e aqueles que votaram contra a saída do Reino Unido da UE.
Os líderes mundiais também felicitaram Boris Johnson pela inequívoca vitória eleitoral, enquanto a presidente da Comissão Europeia disse esperar que o Parlamento britânico vote o acordo do Brexit até ao fim de janeiro.
António Costa defendeu, por sua vez, que o resultado eleitoral permitirá uma saída “ordenada” do Reino Unido da UE, o que deve constituir um “alívio” para todos os Estados-membros.
(Em atualização)