Internacional

Príncipe André abandona “deveres públicos”

Decisão foi anunciada após a pressão crescente gerada pela entrevista concedida à BBC, em que o príncipe falou sobre a sua amizade com Jeffrey Epstein

Duncan McGlynn/Getty Images

Com a autorização da Rainha, o príncipe André vai afastar-se “dos deveres públicos no futuro próximo”, decisão tomada após as reaões muito críticas à entrevista concedida pelo príncipe à BBC, sobre a sua amizade com Jeffrey Epstein.

Após a entrevista ao programa “Newsnight”, transmitida no último sábado, o filho de Isabel II tem sido arrasado por não se ter distanciado do bilionário norte-americano, encontrado morto em agosto no interior da prisão onde estava detido enquanto aguardava julgamento sob acusações de tráfico sexual e abuso de menores.

André disse à BBC que nunca suspeitou do comportamento criminoso de Epstein e contestou as acusações de uma mulher, alegadamente recrutada por Epstein, que afirma ter sido forçada a ter relações sexuais com o príncipe quando tinha 17 anos.

Esta quarta-feira, a empresa britânica de telecomunicações British Telecom (BT) e três universidades australianas decidiram romper as suas ligações com o príncipe.

A BT anunciou que se recusa continuar a apoiar um programa de financiamento de aprendizagem digital, o Inspiring Digital Enterprise Award (iDEA), caso o Duque de Iorque continue a ser o seu patrocinador.

Três universidades australianas - a Universidade Bond, em Queensland, a Universidade Murdoch, em Perth, e o Instituto Real de Tecnologia de Melbourne - pretendem deixar de colaborar com o programa Pitch@Palace, uma associação fundada pelo príncipe Andrew que ajuda empreendedores e empresas emergentes.

Na terça-feira, várias empresas já haviam anunciado que deixariam de patrocinar a associação do príncipe, ao mesmo tempo que a Universidade Metropolitana de Londres planeia retirar o título de padrinho ao Duque de Iorque. "Por razões comerciais", o banco britânico Standard Chartered decidiu não renovar a sua parceria com o príncipe, que termina em dezembro.

A empresa de consultoria e auditoria KPMG indicou que não irá prolongar o contrato de patrocínio com a associação Pitch@Palace, terminado em outubro. O banco britânico multinacional Barclays, por seu lado, já se manifestou "preocupado com a situação e pronto a reconsiderar a sua posição".