O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, lançou esta quarta-feira a campanha eleitoral para as eleições de 12 de dezembro, comparando o líder da oposição, Jeremy Corbyn, a Estaline por causa do seu “ódio” pelos criadores de riqueza.

Num artigo publicado no jornal “The Daily Telegraph”, Johnson escreve que o trabalhista demoniza bilionários de uma maneira que não era vista desde que o antigo líder soviético perseguiu proprietários de terras na década de 1930.

“Eles fingem que o seu ódio se dirige apenas a certos bilionários – e apontam o dedo a indivíduos com um prazer e um revanchismo que não eram vistos desde que Estaline perseguiu os culaques” [designação dada aos camponeses russos que se tornaram proprietários a partir de 1906 e até à coletivização das terras]”, descreve o líder conservador.

“Na realidade, eles acabariam a aplicar impostos a todos: sobre pensões, negócios, heranças, casas e jardins”, acrescenta.

Labour contra “elite” que explora “sistema fraudulento”

No texto, Johnson assegura ainda que o Brexit vai libertar “centenas de milhares de milhões” em investimentos no Reino Unido. Já os trabalhistas não trariam nada senão mais adiamentos no processo de saída da União Europeia, o que “atrasaria o país”, prognostica.

O ataque do primeiro-ministro surge em resposta a Corbyn, que declarou na última quinta-feira que um Governo trabalhista perseguiria uma “elite” muito rica que explora um “sistema fraudulento” para recolher benefícios à custa de muitos.

O líder do Labour reagiu ao artigo de Johnson, publicando no Twitter a capa do jornal e acrescentando a legenda: “Os disparates que os super-ricos inventam para evitarem pagar um pouco mais de impostos...”