Internacional

“Peço desculpa se vos desiludo mas não partilho do entusiasmo sobre Greta”: Vladimir Putin

O Presidente da Rússia esteve esta quinta-feira numa conferência sobre energia onde optou por criticar as “pessoas que usam” os adolescentes como a ativista sueca Greta Thunberg para “benefício pessoal”

REUTERS

O Presidente da Rússia não está muito impressionado com a luta ambientalista da adolescente sueca Greta Thunberg: “Posso estar a desiludir-vos mas não partilho o entusiasmo comum”, disse Putin numa conferência sobre energia realizada esta quinta-feira em Moscovo.

Putin considera que Greta Thunberg não tem do mundo um entendimento que lhe permita defender políticas tão extremas para o controlo das alterações climáticas: “Ninguém explicou a Greta que o mundo é um local complexo e muito diverso e que as pessoas em África e em muitos países asiáticos querem também viver com o mesmo nível de riqueza que existe na Suécia”. O líder russo defendia assim que os países em desenvolvimento possam continuar a apostar nas suas indústrias como forma de fomentar o emprego e retirar as pessoas da pobreza.

Os mais jovens, disse ainda, “devem ser apoiados na sua luta pelo clima” mas criticou aqueles que utilizam crianças e adolescentes em interesse próprio. Putin não especificou a que pessoas ou entidades se referia.

Greta Thunberg, de 16 anos, há muito que luta pelo clima mas quando começou a faltar às aulas à sexta-feira para ir entregar panfletos sobre as alterações climáticas para a frente do parlamento sueco desencadeou uma ação global de greves de estudantes à sexta-feira, que também já aconteceram em Portugal. Na ONU, Greta tornou-se ainda mais conhecida por ter feito um discurso emocionado, que muitos consideraram demasiado exagerado. Condenando os que defendem “o conto de fadas do crescimento económico perpétuo”, Greta perguntou aos políticos do mundo, várias vezes, e visivelmente afetada: “Como se atrevem” a roubar a infância das crianças e a permitir que os ecossistemas entrem em colapso?

Putin não é o único a oferecer uma outra perspetiva. Vários economistas defendem que a transição energética tem de ser feita com cuidado porque todo o sistema económico em que assenta a maioria dos países do mundo depende da produção industrial e perde-se-iam milhões de empregos se essa transformação fosse feita de forma demasiado radical.