A Coreia do Norte disparou pelo menos um míssil esta quarta-feira, um dia após ter anunciado que retomaria as negociações paralisadas sobre o seu programa nuclear com os EUA.
O Conselho de Segurança Nacional sul-coreano manifestou “forte preocupação” com o que disse ser um míssil balístico lançado a partir de um submarino. As forças armadas de Seul afirmaram ter detetado o lançamento de um míssil que voou 450 quilómetros e atingiu uma altitude de 910 quilómetros.
O míssil foi lançado de Wonsan, onde se situa uma das bases militares norte-coreanas, na costa leste, em direção ao mar, referiram as autoridades do Sul.
Violação das resoluções do Conselho de Segurança, acusa PM japonês
O Japão corrigiu entretanto relatos anteriores de que a Coreia do Norte teria disparado dois projéteis. “Neste momento, parece que um míssil foi lançado, dividindo-se em dois e caindo. Estamos a analisar a situação para obtermos detalhes”, disse o secretário-geral do Governo, Yoshihide Suga.
Já o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou o lançamento, precisando que um míssil caiu nas águas da Zona Económica Exclusiva do Japão, que cobre uma área até 370 quilómetros da costa. O teste foi uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, acrescentou.
EUA e Coreia do Norte planeavam retomar diálogo no sábado
O regime de Pyongyang estava a desenvolver a tecnologia de mísseis balísticos lançados a partir de submarinos antes de iniciar negociações com os EUA e suspender os testes nucleares e com mísseis de longo alcance. Essas negociações conduziram à primeira cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em junho do ano passado.
As conversações destinam-se a desmantelar os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte. No entanto, têm estado paralisadas desde o colapso da segunda cimeira entre Trump e Kim em fevereiro, sem acordo, no Vietname.
O lançamento, o nono desde que os dois líderes se encontraram na zona desmilitarizada entre as duas Coreias em junho, aconteceu um dia após Pyongyang ter anunciado o regresso das conversações com Washington no próximo sábado. A reabertura do diálogo, que os EUA confirmaram, poderia pôr fim a um impasse de meses.