Internacional

Trump nega ter feito promessa a líder estrangeiro. Queixa de denunciante aponta para a Ucrânia

A queixa foi apresentada a 12 de agosto, sendo que o Presidente dos EUA tinha falado por telefone com o seu homólogo ucraniano duas semanas e meia antes. Os democratas estão a pressionar para que a queixa chegue ao Congresso. Ainda se desconhece quem fez a queixa, com que líder estrangeiro Trump falou e que promessa – se é que alguma – lhe fez

Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images

O Presidente dos EUA, Donald Trump, negou esta quinta-feira as informações que davam conta de uma promessa que teria feito a um líder estrangeiro, algo que motivou uma queixa formal apresentada por um denunciante. Segundo os jornais “The Washington Post” e “The New York Times”, pelo menos uma parte da queixa dizia respeito à Ucrânia.

A queixa foi apresentada a 12 de agosto, sendo que Trump tinha falado por telefone com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, duas semanas e meia antes. Os democratas estão a pressionar para que a queixa chegue ao Congresso. Ainda se desconhece quem a apresentou, com que líder estrangeiro Trump falou, que promessa – se é que alguma – lhe fez e se o Presidente norte-americano agiu na sequência disso, relata a BBC.

O inspetor-geral Michael Atkinson revelou que a queixa é credível e suficientemente preocupante para ser considerada uma questão de “preocupação urgente”, o que legalmente obriga à notificação das comissões de supervisão do Congresso.

Advogado pessoal de Trump contradiz-se

Os democratas da Câmara dos Representantes pretendem apurar se Trump e o seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, tentaram pressionar a Ucrânia para investigar o ex-vice-Presidente e atual candidato democrata às eleições do próximo ano, Joe Biden, e o seu filho Hunter Biden, que integrou o conselho de administração de uma empresa ucraniana de gás.

Na quinta-feira, em entrevista à CNN, Giuliani apresentou versões contraditórias quando questionado sobre se tinha pedido à Ucrânia para investigar Biden: primeiro disse tratar-se de uma alegação ridícula e, em seguida, admitiu (“Claro que o fiz!”) e afirmou-se orgulhoso.

O diretor interino dos serviços de informação nacional, Joseph Maguire, tem-se recusado a partilhar quaisquer detalhes da queixa com os congressistas.

Presidente ou pessoas próximas poderão estar envolvidas

O congressista democrata Adam Schiff, que preside à comissão de informação da Câmara dos Representantes, elogiou o denunciante por se ter chegado à frente e acusou a Casa Branca e o Departamento de Justiça de intervirem para travar a partilha da queixa. “Acredito que há um esforço para impedir que esta informação chegue ao Congresso. E se esta alegação for correta, então, de uma maneira ou de outra, provavelmente envolverá o Presidente ou pessoas do seu círculo”, declarou Schiff.

Trump referiu-se ao caso como “mais uma ‘fake news’”. “Isto nunca acaba. Sempre que falo ao telefone com um líder estrangeiro, sei que pode haver muitas pessoas a ouvir de várias agências dos EUA, para não mencionar as do outro país. Sem problema!”, escreveu no Twitter. “Sabendo isso, alguém é estúpido o suficiente para acreditar que eu diria algo inapropriado a um líder estrangeiro numa chamada potencialmente tão concorrida? De qualquer modo, só faço o que está certo e o que é bom para os EUA”, acrescentou.