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A cabeça de Boris

No labirinto do ‘Brexit’, o guru Dominic Cummings é o ‘cérebro’ do primeiro-ministro, Boris Johnson. Um cão de fila, implacável, chamado para levar até ao fim o ‘Brexit’ iniciado em 2016 e garantir a vitória nas próximas eleições

Ben Pruchnie/Getty Images

No dia 24 de julho, depois do almoço, Boris Johnson entrou pela primeira vez no número 10 de Downing Street na qualidade de primeiro-ministro britânico. Johnson acabara de ser nomeado oficialmente pela rainha Isabel II numa reunião no Palácio de Buckingham, que a monarca, experiente, despachou em poucos minutos (Boris, de 55 anos, é o 14º chefe de Governo nomeado pela rainha Isabel). Nesse dia de calor, as câmaras e microfones das agências concentraram-se naturalmente no discurso que o novo primeiro-ministro fez à porta do número 10. As objetivas também descobriram Carrie Symonds, a mais recente namorada do primeiro-ministro. Sorridente, com enorme cabeleira loura, ela acompanhou o discurso de pé, na rua, ao lado de uma mão-cheia de assessores e de funcionários do partido (segundo a revista “Hello!”, Carrie, de 31 anos, vestia “um adorável vestido de verão da Ghost, de 120 libras”; aparentemente ela está a “lidar bem” com “a pressão de ser a primeira namorada a partilhar alguma vez a residência oficial de um primeiro-ministro britânico”).

As reportagens desse dia incluíram, ainda, um número reduzido de fotografias tiradas no salão de entrada do número 10. Nessas fotos, vê-se o novo primeiro-ministro a receber as boas-vindas dos empregados da casa e a cumprimentar Mark Sedwill, o chefe da administração central. Num canto dessas fotografias, encolhido numa esquina da sala, longe de toda a gente, vê-se igualmente um homem de pouco cabelo, de t-shirt cinza desarrumada sobre as calças de ganga escura. Esse homem é Dominic Cummings. Ele é, provavelmente, o segundo homem mais poderoso do país.

No referendo de junho de 2016, Cummings foi o cérebro da Vote Leave, a campanha a favor do ‘Brexit’. Agora, ele é, oficialmente, um “conselheiro especial” do primeiro-ministro — na verdade, um verdadeiro Rasputin com poder imenso, escondido por detrás das cortinas e do trono. Cummings passa os dias e as noites em Downing Street. Ele está lá para ajudar Boris Johnson a conquistar uma maioria nas próximas eleições e a resolver de uma forma rápida, eficaz — e brutal, se necessário — a questão do ‘Brexit’.

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