Internacional

May anuncia fim do pagamento de 65 libras para cidadãos da UE que querem continuar no país

Theresa May garante que os “cidadãos da União Europeia vão poder ficar no Reino Unido com ou sem acordo” e que irá consultar os partidos após o chumbo do acordo de saída negociado entre Londres e Bruxelas

PARLIAMENTARY RECORDING UNIT HAN/GETTY

A primeira-ministra britânica anunciou na Câmara dos Comuns que não será cancelado o artigo 50.º, nem será agendado um novo referendo, após o chumbo do acordo do Brexit na semana passada.

Theresa May reconheceu que a recusa do acordo mostrou que a estratégia do seu Executivo em relação à saída do Reino Unido da União Europeia (UE) tem que ser “mais inclusiva e flexível” e garantiu que irá ouvir os partidos para transmitir as principais preocupações a Bruxelas.

Sublinhando que já se reuniu nos últimos dias com membros dos outros partidos, a governante lamentou contudo a ausência do líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn.

“Os cidadãos da UE vão poder ficar no Reino Unido com ou sem acordo”, afirmou May, garantindo que os direitos dos trabalhadores da UE serão salvaguardados. Uma das alterações anunciadas é o fim do pagamento de 65 libras (74 euros) para os cidadãos europeus – 32,5 libras (37 euros) no caso de crianças até aos 16 anos – que querem continuar a trabalhar e residir no país, após o Brexit.

“Tendo escutado as preocupações dos deputados e organizações como o grupo 'Os 3 Milhões' [The 3 Million], posso confirmar hoje que, no dia em que lançarmos o esquema na íntegra, a 30 de março, o governo renunciará à taxa de inscrição para que não existam varreiras financeiras a que qualquer cidadão da UE que deseje permanecer”, declarou Theresa May.

A chefe do governo referia-se ao Sistema de Residência da UE [EU Settlement Scheme], concebido pelo Ministério do Interior britânico para registar os cidadãos europeus residentes no Reino Unido após a saída da União Europeia.

Um novo sistema de candidatura ao estatuto de residência permanente – atribuído àqueles com cinco anos consecutivos a viver no Reino Umido – vai substituir a necessidade de preencher um formulário de 85 páginas, complementado com dezenas de documentos.

May disse ainda que quer que os deputados esclareçam o que pretendem no futuro acordo sobre a relação comercial entre a UE e o Reino Unido, assegurando que está a trabalhar com vista a que o acordo do Brexit consiga o apoio da Câmara dos Comuns “de forma a que o país deixe a União Europeia a 29 de março.”