Internacional

Autarca de Barcelona apela à população para sair às ruas contra o Governo central

Ada Colau condena a “atitude repressora” do Governo espanhol e apela aos catalães para se manifestarem contra Madrid. “Rajoy engana-se com esta estratégia. Se continuar assim, vai encontrar um povo mais unido do que nunca”, declarou a autarca, que conta com a solidariedade da Câmara de Madrid

PAU BARRENA/GETTY

A presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, criticou a “judicialização da política”, após terem sido detidos 14 membros do governo catalão, entre eles o vice-presidente Oriol Junqueras, a 11 dias do referendo independentista.

“Rajoy engana-se com esta estratégia e atitude repressora. Não funciona aqui, nem em nenhuma parte de Espanha”, declarou Ada Colau esta tarde. “Se continuar assim, vai encontrar um povo mais unido do que nunca”, acrescentou.

A autarca assegura que está ao lado das instituições e do governo da Catalunha e apelou aos cidadãos para se manifestarem contra o governo central. “Barcelonenses, não tenham medo e saiam às ruas para defenderem as instituições do governo autónomo”, afirmou Ada Colau, numa altura em que centenas de catalães estão já concentrados em manifestações em diversas zonas da cidade, para defender a realização do referendo. “Votaremos, votaremos”, grita-se nas ramblas de Barcelona.

Também a Câmara de Madrid se manifestou contra as detenções de membros do governo catalão. “Qualquer restrição de liberdades é sempre grave. Estão em jogo os direitos fundamentais não só da Catalunha, mas de toda a Espanha”, disse uma porta-voz do Executivo, citada pelo “El País”.

Aliás, foi convocada para o final da tarde em Madrid, às 19h30 locais (18h30 em Lisboa), uma manifestação nas Portas do Sol a favor do referendo independentista na Catalunha.

Entretanto, o presidente da Assembleia Nacional Catalã convocou os cidadãos para se manifestarem no próximo domingo junto das autarquias da Catalunha, contra o governo central e a favor da democracia.

Para além da detenção de 14 membros do governo catalão, foram confiscados esta quarta-feira cerca de 10 milhões boletins de voto que seriam utilizados no referendo do próximo dia 1 de outubro. Esta manhã, Mariano Rajoy invocou no Parlamento a Constituição e defendeu que a lei é para ser cumprida, justificando a posição de Madrid relativamente à consulta popular na Catalunha.