Ainda se lembram quando as viagens demoravam o dobro ou o triplo do tempo e da televisão a preto e branco. Recordam-se da transição de um país cinzento para uma sociedade que lentamente se começou a abrir às influências de fora num processo em que a convergência europeia foi essencial. E se este Portugal deu enormes pulos, na opinião da geração de 70, ainda tem muito por corrigir em termos de mentalidade e em encarar a nova ambição das camadas mais novas da população.
Na reunião da geração de 70 que se juntou em Lisboa para o quinto debate do projeto da KPMG “Ambição para Portugal” - a que o Expresso se associa como media partner - fica claro que falta um desígnio claro para o que país ambiciona ser para o futuro e que preencha as medidas de uma nova geração sem memória do desenvolvimento que o país viveu. E que aproveite novas oportunidades no campo do empreendedorismo, na subida das qualificações e na capacidade de atrair talento estrangeiro.
Temas discutidos numa conversa moderada por Pedro Boucherie Mendes, diretor de conteúdos digitais de entretenimento na SIC, e que contou com a participação de Pedro Gomes Sanches, sociólogo e cronista do Expresso; Pedro Oliveira, dean da NOVA SBE; Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da Associação Business Roundtable Portugal (BRP); Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável; e Kiko Martins, chef.
Conheça as principais conclusões.
Transformações
- "Somos a geração mais privilegiada de todas", reflete Pedro Gomes Sanches sobre o país em que cresceu e em que hoje vivemos.
- "Era completamente irrealista pensar que Portugal seria como é hoje", complementa Pedro Oliveira, para quem "o maior elevador social continua a ser a educação".
- Segundo Filipa Pantaleão, a "maior diferença de Portugal são as infraestruturas".
Emigração jovem
- "Os miúdos atualmente têm menos receio. Eu acho ótimo que saiam", lança Pedro Ginjeira do Nascimento.
- Defende Kiko Martins que "há esta noção de vou tentar um bocadinho lá fora", diferente da que acontecia "sociedade com pouca garra" do Portugal de há umas décadas.
- "Isto do tamanho não pode ser a desculpa", garante Pedro Oliveira
Desígnio
- "Não temos uma mensagem uniforme de conquista para o nosso país", acredita Kiko Martins.
- Para Filipa Pantaleão, "somos muito maus a planear, a ver a longo prazo, mas somos muito bons a reagir às adversidades".
- "O que precisamos é executar, executar, executar, e isso não temos feito", diz Pedro Ginjeira do Nascimento.
Imagem diferente
- "No nosso tempo Portugal tinha má imagem, atualmente tem boa imagem", atira Pedro Gomes Sanches.
- Se quisermos falar em transformações em Portugal", a restauração é um exemplo, considera Kiko Martins.
- Por outro lado, de acordo com Pedro Oliveira, "Portugal tornou-se um destino para estudar".
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