Ambição para Portugal

As ambições de cinco gerações para Portugal

Ronda de conversas reúne, em cinco sessões, as gerações de 60, 70, 80, 90 e 00, para explorar projetos e ideias que acelerem a economia e conduzam a um futuro melhor para o país. O projeto “Ambição para Portugal”, da consultora KPMG, tem o Expresso como media partner

Julieta Rueff, fundadora da FlamAid, nasceu em 2001 e vai participar no primeiro debate (geração 00). Acredita que a aposta na educação é fundamental para um futuro mais justo
D.R.

As gerações são diferentes, as experiências também, mas todos têm o mesmo ponto de partida: o que ambicionam para Portugal. Durante as próximas semanas, o Expresso e a consultora KPMG vão promover cinco debates, cada um dedicado a uma geração, em que cinco convidados de diferentes setores e áreas da sociedade, conversam sobre aquela que é a sua ambição para Portugal, a forma como veem o futuro do país, e o que deve ser feito para que possa atingir todo o seu potencial económico.

“O crescimento da nossa economia passa por todos nós, empresas, Estado e sociedade termos a coragem de fugir ao conformismo e podermos fazer mais e fazer diferente. Mais do que promover o debate e a discussão em volta do tema, queremos chegar a contributos efetivos, que possam fortalecer e criar uma nova mentalidade, mais ambiciosa, orientada para o crescimento e simultaneamente ajudar as empresas, o Estado e a sociedade a tomar as melhores decisões”, aponta Vitor Ribeirinho, CEO da KPMG Portugal.

Descobrir as diferenças

Vitor Ribeirinho faz parte da geração de 60 e realça a particularidade de esta ser a única que ainda viveu em ditadura. “Será interessante, por exemplo, perceber as diferenças que existem nas perspetivas futuras de alguém que, como eu, nasceu na ditadura, e de alguém que nasceu já neste século”, acrescenta.

3%

de crescimento do PIB per capita, ao ano, é quanto Portugal precisa de garantir para alcançar a média de crescimento europeia

Como pontos fundamentais da sua ambição para Portugal, o CEO da consultora destaca a “promoção do elevador social”, nomeadamente através da generalização do acesso à educação; a diminuição da emigração através da criação de melhores condições para que os jovens talentos fiquem no país; e a garantia de uma maior estabilidade política, fiscal e social, “que permita às empresas e à sociedade concentrar-se no seu crescimento”.

Moderados por Pedro Boucherie Mendes, diretor de conteúdos digitais de entretenimento da SIC, a ronda de conversas começa já no dia 21 de maio com a geração 00, conhecida como geração Z. A 28 de maio é a vez da geração de 90 e, a 4 de junho, será a geração de 80 a trocar ideias sobre o futuro do país. Os últimos debates têm lugar a 25 de junho, com a geração de 70, e a 2 de julho, com a geração de 60.

“Queremos dar luz a quais poderão ser os caminhos para que o nosso país possa ser mais ambicioso. Além dos temas macro, como a habitação, segurança ou emigração, vamos tentar suscitar pensamentos que, se calhar, não estão no top of mind das pessoas, como se o ensino da música devia ser obrigatório durante dez anos ou se devemos ensinar as crianças a estrelar um ovo na escola. Queremos que, destas conversas, saiam pensamentos diferentes”, adianta Pedro Boucherie Mendes.

Juntar experiência e mudança

Julieta Rueff, é uma das participantes no debate da geração 00. Fundadora da FlamAid, nasceu em 2001 e afirma que a sua geração tem uma grande vontade de mudança e proatividade em encontrar soluções tangíveis. “Temos mais missão atrás de tudo o que fazemos. Procuramos bastante o propósito do que estamos a fazer com impacto positivo no mundo. É muito importante que os jovens tenham também uma voz, sobretudo a falar de inovação tecnológica e futuro, mas seria pouco rico se fossem só as pessoas da minha geração. A grande riqueza está em poder juntar a nossa voz à experiência. Acredito muito em juntar diferentes gerações e pontos de vista para soluções mais positivas para todos”, diz.

Também Sara Aguiar, uma das convidadas do painel da geração de 90, acredita no poder que a ambição pode ter enquanto impulsionador sociedade portuguesa e alerta para algum estigma em torno do tema. “Tipicamente há uma perceção negativa da ideia da ambição. Associamos a uma coisa muito egoísta, individualista e capitalista até, mas não tem de ser necessariamente assim”, afirma.

“Fatores como a internacionalização, a inovação e o talento são essenciais para podermos atingir esse crescimento que ambicionamos e libertar-nos da ideia crónica do país do “mais ou menos”, garante Vítor Ribeirinho

Sara diz que os portugueses até são um povo ambicioso, mas que ao longo da vida vão perdendo a esperança. “Somos um povo que nasce com vontade de fazer mais, de pensar diferente e encontrar soluções. Temos esta curiosidade sobre o mundo. Mas pelos obstáculos, ou por não nos serem dadas ferramentas para materializar essa ambição, ela esmorece. A versão negativa da ambição é alimentada. Acredita-se que só alguns têm acesso. Estes debates têm a importância de trazer referências, exemplos, de discutir diferentes cenários para efetivamente criar essas oportunidades e remover obstáculos para que a ambição não seja uma coisa materializada só por alguns. Quanto mais pessoas concretizarem a sua ambição, mais será democratizada e popular”, reforça.

As conclusões e ideias partilhadas nestes debates vão ser registadas num livro, que será publicado no final do ano, e de onde vão constar também análises sobre como era Portugal no início de cada geração e como evoluiu ao longo do tempo.

“Ambição para Portugal”

O que é?

É uma ronda de cinco sessões de conversas que vão juntar 25 personalidades da sociedade civil, mundo empresarial e do meio cultural e académico, que vão debater e refletir sobre a sua ambição para Portugal, e o caminho para a concretizar. Os encontros serão geracionais, com cinco convidados por cada geração. O primeiro será com a geração 00, o segundo com a geração de 90 e o terceiro com a geração de 80. Segue-se o encontro da geração de 70 e, finalmente, a última sessão, com a geração de 60.

Quando, onde e a que horas?

Os eventos terão lugar nos escritórios da KPMG, em Lisboa, nos dias 21 e 28 de maio, e nos dias 4 e 25 de junho e 2 de julho, sempre às 9h. As sessões não são abertas ao público mas serão publicados artigos sobre estas conversas no Expresso online e na edição em papel.

Quem vai estar presente?

Nas primeiras três sessões, referentes à geração 00, 90 e 80, estão já confirmadas as presenças de:

  • João Maria Botelho, fundador da Generation Resonance
  • Marta Cansado, aluna da Universidade Católica Portuguesa
  • Joaquim Borges Rodrigues, aluno da Nova SBE
  • Carlota Franco, junior tech & strategy consultant da KPMG
  • Julieta Rueff, fundadora da FlamAid
  • Martim Sousa Tavares, maestro
  • Sara Aguiar, co-líder do projeto Coletivo Matéria
  • Anna Jorgensen, gestora e enóloga na adega Cortes de Cima
  • Graça Canto Moniz, diretora executiva na FUTURA
  • Djaimilia Pereira de Almeida, escritora

Pedro Boucherie Mendes, diretor de conteúdos digitais de entretenimento na SIC, será o moderador. Recorde-se que terão lugar ainda mais duas sessões, uma com a geração de 70 e outra com a geração de 60, cujos participantes serão divulgados em breve.

Porque é que este tema é central?

Para alcançar a média de crescimento europeia, Portugal precisaria de garantir um crescimento do PIB per capita de 3% ao ano, partindo do princípio que a União Europeia mantém a sua tendência de crescimento de médio prazo (1,35%). O país tem esse potencial mas para isso é fundamental que empresas e sociedade civil tenham um papel cada vez mais ativo na promoção do crescimento da economia nacional. O debate e partilha de ideias das várias gerações para o futuro do país é um contributo essencial para alcançar esse crescimento, que reúne diferentes experiências e visões em prol de um propósito conjunto.

Onde posso assistir?

O evento não é aberto ao público nem será transmitido mas poderá ler tudo sobre estas conversas no próprio dia, no Expresso online, e na semana seguinte, na edição em papel.

Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.