A inteligência artificial, a automação, a ciência de dados, a sustentabilidade e o comércio eletrónico estão a provocar mudanças nas empresas, mas também no comportamento dos consumidores e, por isso, na forma como se gerem e se desenham os centros comerciais e as lojas físicas.
Por exemplo, com o aumento do comércio eletrónico, as marcas têm de apostar em centros de logística maiores e recorrer à inteligência artificial e à automação para que as entregas sejam feitas de forma mais rápida. Ao mesmo tempo, as lojas físicas têm de mudar, de se tornar algo mais que apenas um local onde fazer compras.
Além disso, há medidas de sustentabilidade cada vez mais exigentes, não só para os accionistas das marcas e dos centros comerciais, mas também para os próprios consumidores cuja mudança de comportamento não é apenas para o digital e para o imediato, mas também para o que é mais amigo do ambiente.
Para a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), o setor está a adaptar-se bem a toda esta nova realidade, apesar dos desafios. De acordo com dados divulgados em janeiro deste ano, a faturação das lojas dos centros comerciais aumentou 7% em 2024 face a 2023, um resultado que a associação diz estar relacioando com um aumento do valor das compras efectuadas, mas também com um maior número de visitantes.
A APCC rejeita mesmo que o aumento do comércio eletrónico esteja a ter um impacto negativo nas lojas dos centros comerciais.
Por exemplo, dados da ANACOM lançados em fevereiro deste ano mostram que “48,9% da população residente em Portugal com 16 a 74 anos efetuou compras através da Internet nos três meses anteriores à realização do inquérito [efetuado pela Comissão Europeia entre 16 de maio e 25 de agosto], tendo-se registado um aumento de 5,0 pontos percentuais (p.p.) face ao ano anterior”.
Mesmo assim, em 2024, os centros comerciais receberam mais de 600 milhões de visitas, os tais 7% referidos acima, e, por isso, é que na conferência anual que a APCC organiza na quarta-feira, 4 de junho, este não será o tema mais premente. O foco recairá nas tendências de design, arquitectura e marketing; na eficiência energética e descarbonização e na tecnologia e inteligência artificial.
O impacto que tudo isto tem nestes negócios e, consequentemente, na economia do país também será outro dos temas em discussão, bem como o impacto da nova ordem mundial, geopolítica, política e económica.
APCC Summit 2025 - Intelligent Retail Hubs
O que é?
É a conferência anual da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) a que o Expresso se associa como media partner e que, este ano, tem como tema os centros de retalho inteligentes.
Quando, onde e a que horas?
Dia 4 de junho de 2025, das 09h30 às 18h15, no Convento do Beato, em Lisboa
Quem vai estar presente?
- Cristina Moreira dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC);
- José Manuel Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia;
- Pedro Brinca, professor associado na Nova SBE;
- João Bernardo Duarte, professor e investigador na Nova SBE;
- Marta Sá Martins, responsável de retalho no mercado de capitais na JLL Portugal;
- Fernando Ferreira, sócio na Dils;
- Grégoire Huillard, diretor de desenvolvimento e investimentos da Klépierre Iberia;
- Rui Vacas, responsável do mercado de capitais ibérico na Nhood;
- Paulo Sarmento, sócio internacional na Cushman & Wakefield;
- Rohit Bhargava, autor de bestsellers e orador principal sobre marketing, tendências, inovação e diversidade;
- Marc Vidal, analista económico e consultor em transformação digital;
- Manuela Veloso, responsável de investigação em Inteligência Artificial na JPMorgan;
- Carlos Oliveira, presidente do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI);
- Joana Rafael, diretora de operações e co-fundadora da Sensei;
- Inês Drummond Borger, administradora executiva da Sonae Sierra;
- Alice Khouri, responsável pela área legal na Helexia Portugal;
- Bernardo Freitas, responsável de ESG na CBRE;
- Carolina Almeida Cruz, co-fundadora e CEO na C-More Sustainability;
- Rodrigo Moita de Deus, presidente do conselho estratégico da APCC;
- Grant Dudson, diretor criativo e artista;
- Sebastién Fernandéz de Lara, sócio da divisão de retalho na Hamilton
- Carla Pinto, diretora executiva da APCC.
Porque é que este encontro é central?
O mundo - e o comércio - estão a mudar e exigem uma reinvenção que também afecta as lojas físicas e os centros comerciais.
(texto alterado a 3 de junho de 2025 com adição do balanço de visitantes a centros comerciais)