Já estávamos prestes a sair quando Marzia Akter pegou no telemóvel e começou à procura de algo para mostrar. Eram fotos dos bolos para venda que faz “em comunidade” no Martim Moniz, em Lisboa, assim como da família. “Adoro cozinhar”, revela, para de seguida acrescentar com um sorriso estampado nos lábios: “Este mês vou pôr os papéis para obter a cidadania. Queremos ficar aqui.” Foi em 2019 que o marido “escolheu trabalhar em Portugal” e viajou para o país com a mulher de 36 anos e dois filhos “de 16 e 11 anos”. Marzia, nas suas palavras, é “dona de casa” mas quer contribuir ainda mais ao acumular tarefas domésticas com trabalho a partir do domicílio. “Tenho que fazer alguma coisa”, reforça, e por isso é uma das 25 mulheres imigrantes que fará parte do projeto Caminhos para a Inclusão da Associação Auxílio e Amizade. Espaço onde também já fez, por exemplo, um workshop de pinturas nas mãos com hena, algo tradicional da sua região. “Ainda hoje me vieram mostrar um desenho”, diz, orgulhosa.
“Português, inglês, cidadania e costura” é como Gina Oliveira, vice-presidente e responsável pelo projeto, resume os módulos do programa que visa auxiliar na procura de emprego e contribuir para a integração de mulheres emigrantes na comunidade que por vezes enfrentam barreiras como “questões culturais” e “dificuldades linguísticas”. O objetivo é que “não se esqueçam dos seus valores mas que também se adaptem aos nossos”, explica. “São cinco ou seis nacionalidades, à vontade” que estarão representadas no curso, contabiliza Joana Miranda, que admite não ser “fácil chegar a estas mulheres” porque “normalmente não podem sair sozinhas, vêm sempre com os maridos”. Daí também o potencial do projeto como forma de fazer as mulheres “sair um pouco de casa” e “quebrar o padrão”.
Trabalhar para a “valorização das mulheres” é igualmente a meta do Dress to Win, desenvolvido pela Associação das Mulheres Aguiarenses Empreendedoras para “melhorar a imagem pessoal e a autoestima das desempregadas de longa duração, capacitando-as com recursos para se apresentarem de forma mais confiante e profissional”, elucida a presidente e fundadora Susana Cristina Branco. Já o Tecer Caminhos da Associação A4, permitirá intervir junto de “28 pessoas com sintomas de humor deprimido recorrendo à prática de tecelagem, atividades de relaxamento e empoderamento de forma a potenciar a sua inserção sociolaboral”. O programa, diz a diretora técnica, Andreia Gonçalves, “procura a promoção da literacia em saúde mental”.
distinguidos no prémio solidário
Abraço — Associação de Apoio a Pessoas com VIH/sida
Acessível Êxito — Associação
Almaz — Associação Holística em Meio Prisional
Animalife — Associação de Sensibilização e Apoio Social e Ambiental
Associação A4 — Acolher, Aceitar, Agir, Adaptar
Associação Auxílio e Amizade
ACEDA — Associação Cristã Evangélica de Apoio Social
Associação das Mulheres Aguiarenses Empreendedoras
Associação Dignitude
Associação dos Albergues Noturnos do Porto
Associação Entre Famílias
Associação Girlmove Portugal
Associação Humanidades
Associação Just a Change
Associação Sójovem das Saibreiras
Cais — Associação de Solidariedade Social
Centro Paroquial e Social do Salvador
Chapitô — Coletividade Cultural e Recreativa de Santa Catarina
Cruz Vermelha Portuguesa — Delegação de Barcelos
Drive Impact
Espaço t — Associação para o Apoio à Integração Social e Comunitária
Fios e Desafios — Associação de Apoio Integrado à Família
Fundação AJU — Jerónimo Usera
GAT — Grupo de Ativistas em Tratamentos
MassiveParticle — Associação Live With Earth
MEERU | Abrir Caminho
STC — Associação Serve the City Portugal