A preocupação em adotar práticas mais sustentáveis, que contribuam para um futuro com uma menor pegada ecológica é hoje transversal a vários sectores produtivos que têm procurado dar resposta aos desafios colocados no caminho para esta transição. Através da inovação e tecnologia, os sectores de cerâmica e cristalaria em Portugal, têm procurado impulsionar a descarbonização dos sectores, reconhecendo a dificuldade das suas indústrias que implicam um processo produtivo com alguns “fatores de risco”, que começam na exploração das matérias-primas e se acentuam nos consumos de combustíveis fósseis.
Segundo a Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica e da Cristalaria (APICER), a intervenção possível nestas áreas “não se fará sem um forte apelo à inovação e à cooperação estreita com os centros de conhecimento”, e justifica a realização deste evento pela “necessidade urgente” de mobilizar todos os sectores “para uma ação coordenada em prol da descarbonização e da transição para uma economia de baixo carbono, garantindo o sucesso e a sustentabilidade futura das indústrias portuguesas”.
“Eventos que criem redes de network, massa crítica e partilha de conhecimento são fundamentais para o alinhamento de prioridades e dados”, considera Carlos Zorrinho, professor catedrático do departamento de gestão da Universidade de Évora. “O mais importante é ter todos os atores alinhados num plano para 2050, mas que tem de ser flexível e adaptado permanentemente”, acrescenta, fazendo referência à integração das tecnologias digitais como um processo fundamental para uma maior eficácia no uso da energia.
“Diariamente surgem novas tecnologias e é necessária uma formação contínua das equipas para que possa acompanhar esses avanços. A segurança dos dados é outro desafio”, afirma Teodorico Pais, administrador na Vista Alegre Atlantis
O reforço da competitividade das indústrias de cerâmica e cristalaria a nível nacional, assente em fatores de inovação, é precisamente um dos objetivos da Agenda Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal (ECP) bem como o investimento em todas as etapas da cadeia de valor do sector. “Do vasto programa de investimentos e desenvolvimentos em curso na Agenda ECP, destacam-se a melhoria da eficiência energética dos processos de fabrico; a adequação dos fornos convencionais para a utilização de hidrogénio verde na combustão; a eletrificação e/ou hibridização de processos produtivos e o desenvolvimento de novas pastas cerâmicas com incorporação de resíduos e de sinterização a mais baixa temperatura”, explica Teodorico Pais, administrador na Vista Alegre Atlantis.
O responsável refere ainda como prioridade do sector a transição energética com vista à redução da dependência do gás natural, através da melhoria de eficiência energética dos processos existentes e da eletrificação e incorporação de biocombustíveis e hidrogénio verde nos processos de combustão.
1,4%
é quanto representa este sector no PIB nacional, que em termos de volume de emprego engloba cerca de 17 mil pessoas
Também Pedro Dominguinhos, Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR destaca a elaboração de um roteiro para a descarbonização no sector, que servirá de guia para que as empresas possam adotar as estratégias e medidas mais adequadas de forma a alcançar este objetivo. “Adicionalmente no âmbito da descarbonização e das agendas mobilizadoras existem vários investimentos relacionados com a instalação de novos fornos e de medidas de eficiência energética que permitirão reduzir a emissão de gases com efeito estufa para além de permitirem a substituição do gás natural por hidrogénio ou biometano”, revela, acrescentando que, além da descarbonização, a digitalização e automatização dos processos bem como a inovação e internacionalização são as três grandes prioridades no âmbito do investimento do PRR.
ECP Green Summit'24
O que é?
O evento da Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal, promovido pela APICER (Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica e da Cristalaria), reúne especialistas, líderes empresariais, decisores políticos e inovadores para debater as soluções mais urgentes e eficazes para a redução das emissões de carbono e em que medida as atividades da Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal impulsionam a descarbonização dos nossos sectores, rumo a um futuro mais sustentável. Na conferência serão ainda apresentados os desenvolvimentos da Agenda ECP, que visa a criação de soluções que não só reduzam o impacto ambiental, mas também aumentem a competitividade das indústrias.
Quando, onde e a que horas?
O evento terá lugar no dia 24 de outubro, quinta-feira, na Sala Multiusos do Museu Vista Alegre, em Ílhavo, a partir das 9h.
Quem são os oradores?
- Albertina Sequeira, vice-presidente executiva da direção na APICER
- Bernardo Sousa, Garantia Jovem
- Bruno Veloso, vice-presidente do conselho de administração na ADENE
- Carlos Nogueira, investigador sénior no LNEG
- Carlos Zorrinho, professor catedrático do departamento de gestão da Universidade de Évora
- Cipriano Lomba, diretor de gestão de tecnologia e inovação na Efacec
- Duarte Cordeiro, keynote speaker
- Helena Monteiro, r&d project manager, senior researcher no ISQ
- João Bernardo, presidente do conselho de administração do Centro da Biomassa para a Energia (em representação da DGEG)
- João Rui Ferreira, secretário de estado da economia
- José Cruz Pratas, presidente da direção da APICER
- José Manuel Terras, head of energy transition & new technologies na Floene
- José Tribolet, professor catedrático emérito do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, INESC
- Luís Mira Amaral, advisory consultant na FNWAY CONSULTING
- Mário Campolargo, ex-secretário de estado da digitalização e modernização administrativa
- Nelson Escravana, administrador executivo e diretor da área de cibersegurança do INOV INESC Inovação
- Nelson Ferreira, responsável pela coordenação da área manufacturing digitalization (Industria 4.0) para as fábricas da Bosch Thermotechnology
- Nuno Gonçalves, administrador no IAPMEI
- Nuno Vitorio, diretor comercial na Induzir - Efficiency in Firing
- Paulo Soeiro Ferreira, Grupo Visabeira
- Pedro Brinca, keynote speaker
- Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR
- Pedro Roseiro. project management Officer no INOV INESC
- Sandra Carvalho, head of academy and external communication na CTCV
- Sílvia Machado, executive director for sustainability na CIP
- Teodorico Pais, administrador na Vista Alegre Atlantis
- Victor Francisco, responsável de i&d no CTCV
Porque é que este tema é central?
As preocupações ambientais e a procura por soluções que contribuam para um mundo mais sustentável são um tema transversal aos vários sectores económicos. O desenvolvimento de uma ação coordenada em prol da descarbonização e da transição para uma economia de baixo carbono, é urgente para garantir o sucesso e a sustentabilidade futura das indústrias portuguesas.
Como posso assistir?
O evento está aberto a todos os interessados, mas requer inscrição prévia através deste link.
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