A Associação Empresarial de Portugal (AEP) e o Novo Banco apresentam esta sexta-feira, no Porto de Leixões, em Matosinhos, o Portugal Export +60-30, uma iniciativa conjunta através da qual se pretende incentivar as exportações portuguesas a atingir os 60% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2030.
De acordo com o economista chefe da AEP, Gonçalo Medeiros, esta é uma meta realista que tem por base “o que as empresas são capazes de fazer”. Não só pela resiliência que demonstraram durante as adversidades dos últimos anos - pandemia, guerra na Ucrânia, inflação, crises políticas, eleições antecipadas - mas também porque, segundo dados da AEP, foram capazes de chegar aos 50% do PIB em 2022 quando essa meta estava prevista, pelo Governo, para 2027.
Por isso é que, nesta iniciativa, não se exigem mais apoios do Governo, mas sim incentivar as empresas a investir, a inovar e a apostar mais nos seus recursos humanos. Estes foram, aliás, os três pilares de intervenção escolhidos que serão discutidos em três almoços debate em dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
De facto, no que toca a inovação, de acordo com dados da AEP retirados do Global Innovation Index de 2023, Portugal está “em 26º lugar no parâmetro do desenvolvimento e pesquisa” e em “40º lugar no parâmetro das às ligações relativas às inovações” (às universidades, por exemplo).
No investimento, a situação é semelhante. Segundo dados da AEP, “o peso do investimento português no PIB é inferior ao peso médio da União Europeia” - 20,3% versus 22,7% - e “sem investimento não há crescimento”, nota Gonçalo Medeiros.
E nos recursos humanos a questão passa por encontrar formas de atrair e reter talento e trabalhadores mais qualificados, capazes de lidar com as inovações que forem sendo aplicadas. Porque, “as empresas não produzem se não tiverem pessoas”, remata Gonçalo Medeiros.
Na apresentação de hoje estão o chief commercial officer corporate do Novo Banco, Andrés Baltar; o presidente do conselho de administração, o vice-presidente executivo e o presidente do conselho geral da AEP, respetivamente, Luís Miguel Ribeiro, Paulo Vaz e José Manuel Fernandes; e ainda o presidente do conselho de administração da Administração do Porto de Leixões (APDL), João Neves.
Já o primeiro almoço-debate, sobre o tema da inovação, decorrerá a 4 de dezembro, em Aveiro; o segundo, sobre recursos humanos, terá lugar a 8 de janeiro, no Porto e o terceiro, sobre investimento, acontece a 22 de janeiro, em Braga. O projeto termina com uma conferência em fevereiro, ainda em data a determinar.