Milhões de consultas por realizar e milhares de cirurgias adiadas. Esta foi a pesada herança deixada pela pandemia em 2020, ano em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi obrigado a adaptar-se ao então novo contexto em tempo recorde. Apesar do esforço na diminuição dos impactos, reconhecido por médicos e especialistas em saúde ao longo dos últimos dois anos, as consequências para os doentes ainda estão por apurar. “Os cuidados de saúde primários foram bastante afetados e não tiveram capacidade de dar resposta a todas as situações. O futuro irá dizer-nos qual será o impacto do atraso na referenciação”, refere Elsa Frazão Mateus, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas.
Entre a população em geral, as pessoas que vivem com doenças crónicas – reumáticas, respiratórias, oncológicas ou infecciosas – sofreram duplamente com as restrições instauradas. Por um lado, viram, em alguns casos, o acesso limitado aos cuidados de saúde e, por outro, muitos destes doentes acumularam outras patologias ou fatores de risco que prejudicam o diagnóstico inicial. “Verificámos um aumento de peso nas pessoas mais inativas, foi uma das principais consequências”, aponta a responsável, que sublinha a importância da prática de exercício físico para “garantir a mobilidade” de pessoas com doenças reumáticas.
"Sabemos que existe uma janela de oportunidade: quanto mais cedo for diagnosticada a doença, melhor será o prognóstico", afirma Elsa Frazão Mateus
Estima-se que existam cerca de 3,5 milhões de portugueses com doenças crónicas, tornando esta uma questão de ainda maior relevo. Procurar soluções ao nível da investigação científica, da terapêutica, do apoio social ou da literacia em saúde, é o grande objetivo da 13ª edição do Angelini University Award. A iniciativa, organizada pela Angelini Pharma e a que o Expresso se associou, tem este ano como mote a “Gestão dos danos colaterais da pandemia em pessoas com doenças crónicas”, e desafia estudantes a encontrar soluções inovadoras. Andrea Zanetti, diretor-geral da farmacêutica, diz que o objetivo do concurso de ideias passa por “estimular e incentivar a criatividade e o empreendedorismo dos estudantes universitários” no contexto pós-pandemia.
No total, serão premiados dois projetos criados por alunos de cursos ligados à saúde – o primeiro classificado receberá um montante de €10 mil e o segundo contará com uma bolsa de €5 mil. Além da recompensa monetária, os vencedores contarão com apoio à implementação do projeto.
Após seleção e avaliação do júri, os resultados finais serão anunciados no último trimestre do ano. “A minha expectativa é que surjam projetos bastante interessantes que, com o devido apoio, possam ser desenvolvidos com benefícios para a sociedade”, aponta ainda Elsa Frazão Mateus, que integra o painel de jurados desta 13ª edição do Angelini University Award. À presidente da LPCDR juntam-se Miguel Guimarães (Ordem dos Médicos), Luís Lourenço (Ordem dos Farmacêuticos) e Miguel Telo de Arriaga (DGS).
Clique AQUI para saber mais sobre o prémio e os próximos passos da iniciativa.
3,5 milhões