A inteligência artificial (IA) é hoje uma peça fundamental na automatização de processos, quer em empresas e instituições, como na organização da sociedade. “Tanto a nível empresarial como governativo, as vantagens e oportunidades são imensas”, disse ao Expresso João Pequito, chairman e CEO da PSE, empresa especialista em data science, à margem da conferência “Dados pessoais e IA: Novas Fronteiras”, que se realizou esta tarde na sede da Impresa.
O administrador da PSE refere, por exemplo, as soluções focadas na eficiência de serviços (públicos ou privados), que já são hoje perfeitamente possíveis. “Qual é o cliente ou o cidadão que não reconheceria valor em ter processos que hoje são rotineiros e burocráticos, genuinamente agilizados e otimizados? A inteligência artificial pode responder a isto”. No entanto, reforça, “o grande desafio das empresas e da sociedade é transformar esse recurso em valor porque não há conhecimento sem dados”. Para José Manuel Paraíso, presidente da IBM Portugal, e um dos participantes no segundo painel de debate desta conferência, “os serviços públicos só têm a ganhar com o investimento nestas tecnologias para poderem oferecer o melhor serviço aos cidadãos”.
Este painel, subordinado ao tema ‘Dados pessoais e I.A.: Desenvolvimento, Segurança, Responsabilidade’, contou ainda com a presença de Pedro António, chief future offficer e membro do Conselho de Administração e da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, e com a moderação do jornalista da SIC Notícias, Rodrigo Pratas. Conheça as conclusões.
RGPD garante boas práticas no tratamento dos dados
- Os dados vão ser usados e a IA é uma realidade. Sobre isto não existem dúvidas, mas, como refere José Manuel Paraíso, “a transparência dos algoritmos é fundamental”. Os cidadãos têm o direito a saber como as decisões são tomadas, sempre que os seus dados pessoais são utilizados. “As empresas que tratam os dados e a tecnologia também têm que ser muito transparentes”, diz o presidente da IBM Portugal. Contudo, a forma de dar esta garantia ainda precisa de ser definida e trabalhada.
- Pedro António recorda que a pegada digital que todos deixamos ao longo de um dia coloca os nossos dados em circulação pelo mundo, sem sabermos exatamente onde podem estar a ser utilizados. Regulamentos como a RGPD (Regulamento Geral para a Proteção de Dados) podem ajudar a que esta informação não se perca e a que os cidadãos e empresas tenham maior controlo sobre os seus dados.