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Chega o ‘Brexit’ e vai Trump. Mas nem um nem outro começam ou acabam alguma coisa. As mudanças que trouxeram ficam por aí

Joe Raedle/Getty Images

Este é o mês em que dois resultados eleitorais que deixaram o mundo de boca aberta em 2016 fecham o seu ciclo. À primeira vista, parece que o ciclo encerra de forma contraditória — com ‘Brexit’ e sem Trump —, mas as coisas não são tão simples. É verdade que o Reino Unido abandona a UE, obedecendo ao referendo que abanou a Europa em junho de 2016, mas é errado afirmar que a saída de Donald Trump da Casa Branca encerra a tendência eleitoral que os EUA abraçaram em novembro desse mesmo ano infernal.

Essas duas votações agitaram de vez as águas de uma política demasiado previsível, fazendo emergir uma série de fatores, ideias, argumentos, personagens e lógicas de comunicação que ganhavam forma há muito tempo. E agora, que emergiram com estrondo e se mantiveram à tona com grande aceitação, já não desaparecem da nossa frente. As democracias terão que aprender a viver assim. Algumas já o fizeram; outras ainda não aceitaram essa fatalidade.