De acordo com um inquérito realizado pela agência de informação financeira a 1408 analistas, investidores e operadores, um em cada 6 inquiridos acredita que a economia está a recuperar. No entanto, 41% dos entrevistados estão convencidos que a situação financeira continua instável e que a turbulência nos mercados ainda não passou.
"Visto como um todo, o mundo está estabilizado", disse Uzi Zimmerman, membro executivo da Ventura Capital Management, à Bloomberg. "Os mercados emergentes da Ásia e da América Latina têm suportado o mal-estar económico global", conclui o especialista. Os entrevistados afirmaram ainda que existem "zonas de perigo", incluindo o perigo de falência dos Estados. Nos últimos 3 meses, a percentagem daqueles que afirmam que a Irlanda poderá entrar em default, é de 37%, ainda assim, a maioria acredita que esse acontecimento é improvável. De acordo com o inquérito, os investidores estão a gerir o seu dinheiro de uma forma conservadora, reagindo dessa forma ao atual ambiente económico.
A Europa é vista como o elo mais fraco da economia mundial, já que mais de 75% dos entrevistados acham que a Zona Euro se pode dissolver, e mais de 20% acreditam que isso irá mesmo acontecer. É uma visão mais pessimista do que o último inquérito, realizado em junho passado, quando a maioria afirmou que a União Monetária Europeia iria permanecer intacta. De todos os inquiridos consultados, os europeus são mais otimistas que os americanos, em particular, sobre a hipótese de vir a acontecer um colapso na Zona Euro.
Carteira mais diversificada
"Na ausência de transparência sobre muitas questões, estamos muito mais diversificados", afirma Buddie Ballard Jr, director da Alpha Capital Management. "Nós aumentámos a nossa exposição a mais classes de ativos com posições mais pequenas, aplicadas taticamente e com limitação de perdas", sublinhou o especialista.
Entre as classes de ativos, os produtos mais populares entre os investidores consultados são as commodities, com cerca de um terço dos entrevistados a acreditar que estas vão oferecer o maior retorno no próximo ano.
Obrigações são mau investimento
"O mais desvalorizado e o melhor lugar para investir agora são os países desenvolvidos, em particular, em empresas tecnológicas com boas taxas de dividendos e com boas taxas de crescimento dos dividendos", afirmou Douglas Schoninger, presidente da DJS Capital Management.
Praticamente metade dos entrevistados afirma que as obrigações soberanas são os piores investimentos para o próximo ano.