Se os investidores nos mercados de capitais podem mover os seus investimentos dos países mais envelhecidos para os com maior potencial de juventude, quando os investimentos em causa são os ativos imobiliários, as fugas estão limitadas. Foi este o mote que deu origem ao estudo do Bank for International Settlements, uma organização intergovernamental de bancos centrais, que indica que Portugal vai ser dos países onde os ativos imobiliários mais vão ver os preços descer nos próximos 40 anos.
A análise divulgada esta semana e que agrega informação de 22 países entre 1970 e 2009, estima que o envelhecimento da população leve à queda acentuada do valor das casas na Europa e nos EUA entre 2010 e 2050, mas é em Portugal que os preços vão descer mais.
Se a queda dos preços das casas nos EUA pode rondar os 30% acumulados nos próximos 40 anos, em Portugal a queda dos preços relacionada com o aumento da idade da população ultrapassa os 75%, deixando para trás Espanha e Grécia, os outros países da Europa Continental mais afetados pela inversão etária.
No que diz respeito aos outros ativos financeiros, o estudo revela "que os preços dos ativos financeiros vão enfrentar cerca de 1 ponto percentual por ano de quebra demográfica durante os próximos 40 anos". No caso das bolsas e se os ganhos históricos de 6,8% por ano desde 1802 até 2006 nos mercados norte-americanos servirem de referência, a redução dos valores das casas não prejudicaria em demasia os ganhos com ações.