Estratégias

Os investimentos do momento, segundo o JPMorgan

Na lista da estratégia de mercados do norte-americano JPMorgan os analistas separam o trigo do joio. Ações são o ativo a ter, commodities e obrigações do Tesouro são as posições a evitar no médio prazo.

Nuno Alexandre Silva (www.expresso.pt)

Desde o princípio do ano, as matérias-primas têm vencido nos mercados financeiros. O trigo escalou 40%, o café quase 49%, a prata 29%, o ouro 27%, o petróleo (crude) 4% e muitas outras commodities seguiram o caminho, com o gás natural, o açúcar e o cacau a serem as exceções.

No entanto, metais industriais e petróleo são cartas fora do baralho do top de ativos a ter e que estão antes no grupo de ativos a evitar no "Global Markets and Outlook Strategy" do banco JPMorgan para os próximos 12 meses. "As commodities devem sofrer com o enfraquecer do crescimento da procura no setor da manufatura global", acreditam os analistas que ainda assim estão confiantes no potencial da agricultura, por via dos constrangimentos do lado da oferta.

Quanto ao petróleo, que agora transaciona num valor que ronda os 74 dólares na bolsa nova-iorquina, poderá chegar à casa dos 60 dólares antes da reunião de Outubro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), de acordo com as previsões dos analistas da casa de investimento.

Ações de financeiras com bom cenário 

Na lista do top de ativos  a ter e a evitar do banco estão ainda outras recomendações.  Comprar ações e vender obrigações do Tesouro é uma das estratégias incluídas no documento divulgado ontem pela instituição financeira estado-unidense. "Alguma forma de dupla queda está já descontada e as ações oferecem bom valor tanto face ao dinheiro como face às obrigações, mesmo que os lucros estagnassem a partir de agora", escreve o banco.

Dentro das ações, as recomendações vão para os mercados emergentes que, segundo a JPMorgan deverão ultrapassar os mercados desenvolvidos. Nos últimos 12 meses, o índice MSCI World que agrega ações mundiais subiu 15,46% (em euros) enquanto os mercados emergentes medidos pelo MSCI Emerging Markets cresceram mais de 33%. O setor bancário é outras das apostas que continua a marcar o rumo do JPMorgan que acredita que o sell-off  de agosto ficou para trás.

No que diz respeito às obrigações, o banco prefere obrigações de alto rendimento de empresas em detrimento das obrigações do Tesouro que deverão fornecer "muito pouco" no médio prazo depois da procura de segurança e os receios de deflação terem já levado as yields para níveis muito baixos.