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“A Organização Mundial do Comércio é um carro de cinco cilindros, mas, de momento, está a funcionar com três”, diz antigo diretor-geral

Pascal Lamy considera que a UE está a “reformular o veículo” para que possa funcionar sem os Estados Unidos e a China. Em entrevista ao Expresso, o ex-comissário europeu do Comércio coincide no diagnóstico de Draghi: a UE tem de investir muito dinheiro público e privado, a curto prazo, precisamente para competir com aquelas duas economias. Mas, adverte, quando se olha para o quadro financeiro plurianual, “temos um pé enorme e um sapato pequeno” e está por saber se as instituições europeias vão permitir que “este grande salto ocorra”

Pascal Lamy, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
TIAGO MIRANDA

Hélder Gomes

Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) entre 2005 e 2013, Pascal Lamy esteve na semana passada em Lisboa para participar no painel ‘Pensando no Futuro da União Europeia à Luz do Legado de Jacques Delors’, integrado na conferência ‘Jacques Delors Agora – A Próxima Geração na Europa’, organizado pelo Instituto Jacques Delors, que reuniu na capital portuguesa 130 jovens de 30 países, além de membros da Comissão, eurodeputados e especialistas em política europeia.

O antigo comissário europeu do Comércio, cargo que desempenhou entre 1999 e 2004, e atual vice-presidente do grupo de reflexão Europe Jacques Delors, também veio apresentar o Manifesto para um Pacto Europeu para os Oceanos. O documento visa “fazer avançar uma agenda abrangente sobre os oceanos para a próxima Comissão Europeia, que reconheça a ligação intrínseca entre o bem-estar das nossas sociedades, a competitividade das nossas economias e a saúde dos nossos oceanos e águas”.

Esta é a segunda parte de uma entrevista concedida ao Expresso. Clique aqui para ler a primeira parte.

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