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Economia

Luz Saúde: dos €150 milhões iniciais aos €600 milhões em negócio

Empresa foi criada em 2000, com Isabel Vaz ao leme, e mantém a equipa de gestão depois de comprada pela Fidelidade

Isabel Vaz, presidente executiva da Luz Saúde
TIAGO MIRANDA

Aos 33 anos, Isabel Vaz recebeu de Ricardo Salgado €150 milhões para criar um grupo de saúde privado. O voto de confiança do então patrão do BES deu frutos — a Luz Saúde é uma das maiores empresas do sector, a par com a CUF e a Lusíadas Saúde — e a aposta provou ser acertada, sobretudo quando no meio do furacão que foi a derrocada do Grupo Espírito Santo, em 2014, a empresa liderada pela engenheira química e ex-consultora foi muito disputada numa Oferta Pública de Aquisição, acabando por ficar nas mãos da Fidelidade. Atualmente, o grupo tem 28 unidades: 14 hospitais, 13 clínicas em regime de ambulatório e uma residência sénior, e está presente nas regiões Norte, Centro e Centro Sul de Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira.

De 2000 até 2023, a Luz Saú­de tem crescido em unidades e em faturação e dado ganhos aos acionistas. Foi um dos grupos de saúde privados que geriu uma unidade do Serviço Nacional de Saúde, o Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, numa experiência que durou 10 anos e terminou no início de 2022. Se a gestão de um hospital público trouxe perdas financeiras à empresa (não obstante todos os ganhos em termos de experiência acumulada), a atividade privada esteve sempre fulgurante, à exceção dos anos da pandemia de covid-19, 2020 e 2021.