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Economia

Peritos avisam que Orçamento não chega para reformar o SNS

Em termos reais, reforço de verbas será de 2%. Sector pede alterações na gestão financeira para garantir a renovação dos serviços

Criação de 32 Unidades Locais de Saúde, que colocam sob a mesma direção hospitais e cuidados primários, é uma das prioridades
Pedro Nunes

Com mais 9,8% de orçamento do que o projetado nas contas iniciais do Orçamento do Estado (OE) do ano passado, a Saúde terá de sobreviver a um dos piores momentos desde a criação do SNS, com menos do que o esperado. O aumento previsto para gastar com pessoal em 2024 fixa-se nos 6,3% — mais cerca de €377 milhões — e o montante previsto em investimento é mais 17% (€873,9 milhões) do que o estimado para execução no ano vigente (€746,5 milhões). No entanto, é inferior ao que foi de facto executado.

Entre as medidas, o Governo prioriza a continuidade da reformulação do SNS organizado em 32 Unidades Locais de Saúde (ULS), concentrando na mesma administração hospitais e os cuidados primários. Com mais de um milhão de pessoas sem médico de família, uma das prioridades do Executivo passa também por “um plano integrado para facilitar o acesso aos cuidados de saúde” destes utentes, além de incluir nas Unidades de Saúde Fami­liar (USF) serviços como radio­logia convencional, cuidados continuados e saúde oral.