Após um ano a remar contra a maré — desde o pedido de ajuda grego, em abril de 2010 —, Portugal capitula perante a pressão dos mercados financeiros. Pede ajuda internacional a 6 de abril de 2011, que conduz à chegada da troika — Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional — ao país. É negociado um programa de ajustamento, em troca de um financiamento de €78 mil milhões, a três anos. O memorando de entendimento é assinado em maio de 2011, com o Governo português a comprometer-se com uma série de medidas, duras, para corrigir a situação orçamental, aumentar competitividade da economia e reforçar o sistema financeiro.
A manutenção dos cortes em vigor para os salários da função pública (mais tarde serão até reforçados pelo Governo PSD-CDS/PP de Passos Coelho, numa medida que acabou chumbada pelo Tribunal Constitucional) e os cortes sobre as pensões, onde o Executivo de Passos Coelho também foi além do previsto, foram algumas das medidas mais emblemáticas, a par das privatizações. Bem como a revisão da legislação laboral, reduzindo indemnizações por despedimento e o valor das horas extraordinárias, e flexibilizando a organização dos tempos de trabalho. Destaque ainda para o congelamento do salário mínimo, e o “enorme” aumento de impostos do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para 2013.