A taxa de inflação de junho foi estimada nos 3,4%, um abrandamento de 0,6 pontos percentuais em relação à taxa de maio, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A trajetória da inflação em Portugal prossegue, pelo oitavo mês consecutivo, a tendência de abrandamento iniciada em novembro de 2022. Um mês antes, em outubro do ano passado, o índice de preços no consumidor (IPC) alcançou um pico de 10,1%, o registo mais alto desde maio de 1992.
A principal razão para a queda da taxa de inflação em junho voltou a ser, tal como no mês anterior, o efeito-base dos preços da energia. Há um ano, os combustíveis encareceram fortemente com a invasão da Ucrânia, e as sanções à Rússia que se sucederam, a reconfigurar o panorama energético europeu. Comparativamente com junho de 2022, os portugueses pagaram, em junho de 2023, menos pelos produtos energéticos. Assim, segundo a autoridade estatística, os preços da energia terão caído, face ao mesmo mês de 2022, 18,8%.
Entretanto, os preços dos produtos alimentares não-transformados, como frutas, legumes, carne e peixe crus, continuam a subir e registaram uma taxa de inflação de 8,5% em junho, ainda assim menor do que a de maio, nos 8,9%.
A taxa de inflação subjacente, indicador que exclui a energia e os produtos alimentares não transformados por serem de preço volátil, terá sido de 5,2% em junho, também abrandando face aos 5,4% de maio.
Este indicador da inflação tem sido acompanhado atentamente pelos decisores de política monetária por dar um retrato mais fidedigno do efeito de médio-prazo da subida de preços, já que o preço dos bens e serviços analisados neste indicador tende a variar menos.
Face a maio, o IPC aumentou 0,2%, quando em maio os preços tinham caído, em cadeia, 0,7%.
A taxa média de inflação dos 12 meses com fim em junho foi estimada nos 7,8%, diminuindo em relação aos 8,2% de maio.
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português - o indicador de referência a nível europeu por permitir comparações entre países da União Europeia - foi estimado nos 4,7%, quando em maio fora de 5,4%.
O INE apresentará os dados definitivos relativos a junho de 2023 a 12 de julho.