Os sindicatos afetos à UGT apelidam de “miseráveis” os aumentos de revisão salarial propostos pela CGD para 2023.
Os três sindicatos referem em comunicado, esta quarta-feira, que a CGD, presidida por Paulo Macedo, respondeu com um taxativo "não se aceita a proposta sindical” relativa a mais de duas dezenas de cláusulas, à exceção de dois pontos relativos a faltas e porque quer adequá-las á lei, sublinham os sindicatos.
Para o rotundo não, segundo os sindicatos, a argumentação da CGD “é a mesma de sempre: aumentaria as despesas com o pessoal!”, prosseguem referindo que o Mais Sindicato, o SBC e o SBN “saberão responder a esta miserável proposta”.
Recorde-se que o sindicato mais representativo dos trabalhadores do banco público é o STEC (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa).
Sindicatos recordam os lucros chorudos
No comunicado os sindicatos afetos à UGT sublinham que o banco público registou um crescimento de 65% nos lucros em 2022 face a 2021 e que referem que não vão cruzar os braços. A CGD "considera que os trabalhadores apenas merecem um aumento salarial de 3%", mas esta é "mais uma resposta inaceitável, que o MAIS, o SBC e o SBN não deixarão passar".
Dizem mesmo, no comunicado, que "a CGD é mais um exemplo da ganância do setor bancário. Depois de um ano particularmente bom no que respeita a resultados – 486 milhões de euros, colocando-se numa robusta posição de capital e acima da média dos bancos portugueses e europeus – pretende repetir mais uma vez a injustiça com os trabalhadores".
E recordam que em 2022 os trabalhadores do banco público tiveram “um aumento de apenas 0,92% face a uma inflação de 8,1%”, e que para 2023, “enquanto aumenta consideravelmente as comissões e os juros aos clientes, o banco responde à proposta sindical de revisão salarial de 8,5% contrapondo 3% na tabela”.
Dão ainda nota de que “embora a contraproposta salarial da CGD seja ligeiramente superior à da APB (Associação Portuguesa de Bancos) em 0,5%, é inferior nas cláusulas de expressão pecuniária”.
Dizem que o comportamento da CGD é "aumentar o preço dos serviços aos clientes, e acumular sempre mais e mais lucros explorando os seus trabalhadores. Não interessa quanto os bancários trabalham, o seu profissionalismo e dedicação. O objetivo é reduzir os custos do trabalho, embaratecendo-o até ao limite".
Denunciam que a "CGD, aliás como a restante banca, não tem qualquer sentido da sua responsabilidade no bem-estar dos seus trabalhadores e nas dificuldades que estão a sofrer com o enorme aumento do custo de vida".
E finalizam dizendo que para os bancos "primeiro estão os seus lucros e não querem reparti-los com quem muito contribui para eles. Só arrecadar".