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Macau reabre as portas ao turismo, mas casinos continuam na corda bamba

O regresso das excursões organizadas e dos vistos eletrónicos da China para Macau foi recebido de forma positiva, mas a medida pode ter um impacto limitado no futuro próximo. Analistas ouvidos pelo Expresso apontam como entraves as inconveniências que a política de zero casos de covid-19 pode causar, o desemprego jovem e a postura da China continental face ao jogo
De terra de oportunidades, Macau torna-se para alguns terra de aflição ou mesmo opressão
Getty Images

O anúncio de que a China vai voltar a autorizar excursões organizadas e a emissão de vistos eletrónicos para Macau foi recebido com entusiasmo pela bolsa: no espaço de uma semana, as ações das concessionárias de jogo valorizaram entre 5,69% e 11,68%. No entanto, apostar no futuro dos casinos em Macau não é uma ação isenta de risco.

Com a pandemia surgiu a política de zero casos, que levou ao fecho de fronteiras para não residentes, longas quarentenas e quebras no turismo. Os resultados económicos foram notórios, nomeadamente no setor do jogo, o principal . Em 2019, as receitas brutas do jogo foram superiores a 292 mil milhões de patacas (cerca de 37 mil milhões de euros). No ano passado não chegaram aos 87 mil milhões de patacas.

Apesar de o anúncio do regresso das excursões e dos vistos eletrónicos ter gerado reações positivas, especialistas ouvidos pelo Expresso mostram cautela.

Tianshu Zheng, professor da Universidade Estatal do Iowa, integrado no departamento de turismo e gestão hoteleira, aponta que a nova política anunciada “terá alguma, mas limitada contribuição para o turismo e a indústria do jogo em Macau no futuro próximo”. Em causa estão fatores como a implementação da política de zero casos de Covid na China – com confinamentos frequentes e quarentenas – e dificuldades económicas.