Há dez anos que Tuomas Malinen estuda o crescimento económico e as grandes crises que abalaram as economias do mundo inteiro. O economista da GnS Economics, uma consultora de macroeconomia, com sede na Finlândia, e professor de economia analisa que tem sido sempre a Alemanha a atirar a Europa para o abismo: fê-lo nas duas guerras mundiais, e agora, depois de 15 anos de “más decisões” no âmbito da dependência energética face ao regime “autocrático da Rússia”. Justo seria que o resto da Europa não seguisse a Alemanha para o buraco, sustenta o economista. A Europa está, de resto, a chegar a um ponto de “cada um por si” e o inverno trará a confirmação de que apenas sozinhos os Estados poderão sobreviver à dura crise económica que terão pela frente. É o que Tuomas Malinen vê no horizonte, sem meias palavras ou atenuantes, mas com a crueza de quem antecipa a depressão dos anos 1930 a repetir-se.
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A partir do inverno, será como nos anos 1930: "Vai ser o choque económico mais severo que a Europa presenciou em muito tempo"
“Se nos mantivermos juntos, afundar-nos-emos juntos”: é assim que Tuomas Malinen, economista de uma consultora de macroeconomia com sede em Helsínquia, antevê uma União Europeia em rutura, sobretudo catapultada pela guerra. O professor, analista e economista nórdico garante que os próximos três ou quatro anos serão duros para os Estados europeus, que devem procurar individualmente as medidas que mais os protegem. Com a inflação galopante e a subida das taxas de juro devem seguir-se as falências em massa e só com força interna os Estados poderão amortecer os abalos, explica nesta entrevista ao Expresso