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Economia

Banca sem pressa para subir juros dos depósitos

Concorrência ditará remuneração de depósitos. Mas bancos já têm aplicações em excesso e não têm incentivo para captação adicional

Os banqueiros portugueses tiveram motivos para sorrir com as contas do primeiro semestre: António Ramalho, agora de saída do Novo Banco; Paulo Macedo, CGD; Miguel Maya, BCP; João Oliveira e Costa, Banco BPI; e Pedro Castro e Almeida, Santander Portugal
Nuno Fox

Os bancos portugueses não têm grandes incentivos para subirem rapidamente os juros dos seus depósitos. Primeiro, estes juros não sobem como reflexo da Euribor, ao contrário da remuneração dos créditos que concedem, pelo que não há obrigatoriedade; e depois os bancos têm já volumes bastante elevados de depósitos, não interessando fazê-los crescer ainda mais. Os banqueiros defendem que será a concorrência a determinar a evolução dos juros nestas aplicações e fecham-se todos sobre o que vai acontecer.

Desde janeiro de 2022 que os juros dos novos créditos à habitação vêm subindo em Portugal (de 0,81% nesse mês para 1,47% em junho) e desde dezembro em toda a zona euro (de 1,32% para 1,9%), segundo os dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal. Um movimento que reflete a mexida do indexante bancário utilizado, a Euribor, que vinha evoluindo favoravelmente a antecipar o que aconteceu em julho: a subida da taxa diretora da zona euro de 0% para 0,5%, com a taxa de depósitos aplicados pelos bancos junto do Banco Central Europeu a passar de -0,5% para 0%.