Economia

Orey Antunes sancionada pelo Banco de Portugal com coima de 100 mil euros

A Orey Antunes, empresa portuguesa que passa por um processo de revitalização, foi punida pelo Banco de Portugal com uma coima efetiva de 100 mil euros, decisão que decidiu não impugnar

Thana Prasongsin/Getty Images

A Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA), que está em processo de revitalização, foi condenada pelo Banco de Portugal a pagar uma coima efetiva de 100 mil euros, informou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No âmbito do processo de contraordenação 08/18/CO, o Banco de Portugal aplicou à Orey Antunes uma coima de 400 mil euros, mas suspensa em 75% desse valor por um período de três anos.

No seu comunicado a empresa de transporte e logística (que no passado chegou a ter um negócio financeiro e de corretagem, entretanto abandonado) não esclarece qual o motivo da sanção, mas revela que não irá impugnar judicialmente esta decisão do supervisor.

"A SCOA lamenta esta decisão porque a coima associada prejudica, em primeira instância, os credores da sociedade abrangidos pelo PER (Plano Especial de Revitalização) e demais credores correntes", refere a empresa portuguesa.

A empresa diz discordar da sanção porque "não respeita os princípios da separação de poderes e da segregação de funções, nem o da presunção de inocência, nem ainda o da imparcialidade, na medida em que é o Banco de Portugal quem formula a acusação e que, posteriormente, assume o papel de juiz para a julgar".

"Acresce que os inspetores que formulam a acusação são os mesmos que depois decidem, assumindo a função de juiz, tornando assim formal e intelectualmente impossível uma decisão que respeite os princípios básicos de justiça e equidade de um Estado de Direito como é Portugal", refere ainda a Orey Antunes no comunicado.

Apesar de discordar da sanção decidida pelo Banco de Portugal, a Orey Antunes refere que não a irá disputar nos tribunais "pelos elevados custos jurídicos que isto implicaria e, principalmente, porque prefere optar por focar o seu tempo, recursos e esforços na sua atividade corrente com o objetivo do bom cumprimento do plano de recuperação".

"Com esta decisão de não impugnação, a SCOA gostaria de virar página e colocar um ponto final neste capítulo menos positivo da sua história de 136 anos, dando espaço a que outros, melhores e mais bem-sucedidos", aponta ainda a empresa no comunicado à CMVM.