A variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) foi de 8% em maio, segundo a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta terça-feira.
A confirmar-se, fica acima dos 7,2% registados em abril e torna-se o valor mais alto desde fevereiro de 1993.
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação de 5,6% (5% em abril), sendo o valor mais alto desde outubro de 1994.
A energia continua a ser o fator que mais pesa na inflação. O gabinete estatístico estima que a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos se situe em 27,2% (26,7% no mês anterior), o valor mais elevado desde fevereiro de 1985.
Já o "índice referente aos produtos alimentares não transformados terá apresentado uma variação de 11,7% (9,4% em abril)".
O INE estima ainda uma uma variação média nos últimos doze meses de 3,4% (2,8% em abril).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) - que permite a comparação com outros países -, este fixou-se em 8,1%, o que compara com 7,4% em abril.
Os dados definitivos referentes à inflação de maio serão publicados no próximo dia 14 de junho.
Preços sobem 8,1% na zona euro
Entretanto, foram também divulgados dados europeus. Na zona euro, a taxa de inflação na zona euro voltou a subir e atingiu 8,1% em maio, segundo a primeira estimativa divulgada esta terça-feira pelo Eurostat. Portugal tem a quinta taxa de inflação homólogo mais baixa, ainda que o seu valor esteja em linha com a média dos países da moeda única. Em abril, a inflação na zona euro tinha sido de 7,4%.
Entre os Estados-membros, as taxas de inflação mais baixas foram observadas em Malta (5,6%), França (5,8%), Finlândia (7,1%) e Itália (7,3%).
Portugal está entre os países com a taxa de inflação mais baixa. Tendo em conta o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) - que permite a comparação com outros países - teve a quinta taxa de inflação mais baixa (8,1%), igualada também pela Áustria.
Por outro lado, as taxas mais elevadas foram registadas altas na Estónia (20,1%), na Lituânia (18,5%) e na Letónia (16,5%).
Considerando os componentes do indicador, é a energia que continua a ter uma maior influência, registando uma variação de 39,2%. Segue-se "comida, álcool e tabaco" (7,5%), "produtos industrias não energéticos" (4,2%) e "serviços" (3,5%).
A taxa de inflação na zona euro e UE tem vindo a acelerar desde junho de 2021, puxada pela subida dos preços dos combustíveis, e a atingir valores recorde desde novembro. A guerra na Ucrânia veio agravar ainda mais a situação, colocando pressão sobre o Banco Central Europeu para acelerar o início da subida das taxas de juro.