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Economia

Elon Musk trava compra do Twitter. Até quando?

Estará o empresário mais rico do mundo a fazer bluff com a compra do Twitter? Ou será que quer mesmo desistir?

Elon Musk, o homem mais rico do mundo, acaba de comprar o Twitter
Dado Ruvic/REUTERS

E de repente Elon Musk publicou no Twitter um emoji de um cocó. Podia ser apenas mais um dislate do homem que escalou a lista dos mais ricos do mundo ao leme de empresas como a SpaceX ou a Tesla, mas desta vez é um novo capítulo que se anuncia para os compêndios de economia. Entre sexta e segunda-feira passadas, Musk levou o valor das ações do Twitter a descer 8% à medida que ia publicando ­tweets. No final do raide publicista, o valor de cada ação fechou nos 37,39 dólares (€35,53), bem longe dos 54,20 dólares (€51,51) que o empresário sul-africano acordou pagar no final de abril.

Num primeiro tweet, Musk limitou-se a referir que a compra, orçada em 44 mil milhões de dólares (€41,8 mil milhões), haveria de ficar suspensa até a rede social apresentar provas de que os números de contas controladas por software ou por entidades especializadas em publicações não-solicitadas (spam) é realmente inferior a 5%. A frase produziu, ainda antes da abertura dos mercados, uma “derrocada” de 20% no valor das ações da rede social, que viria a ser alvo de recuperação parcial nas sessões seguintes. Mas Musk não desistiu e logo respondeu a Parag Agrawal, diretor executivo do Twitter que tentou dar resposta ao fleumático comprador, ao mesmo que mantinha a recusa em apresentar mais dados sobre contas de Twitter falsas. Foi nesse momento que surgiu o emoji de cocó mais valio­so de todos os tempos, seguido de um argumento capaz de pôr em causa as fundações do Twitter enquanto negócio: “Como é que os anunciantes sabem que estão a receber o que pretendem pelo dinheiro que investiram?”, ripostou Musk.