A apenas um mês de distância da próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), a vida está cada vez mais difícil para a ‘coruja’, apesar de sábia, manter na ordem os ‘falcões’ e impor um ‘consenso’ para um aperto ‘prudente’ da política monetária na zona euro. A correlação de forças tem-se alterado desde dezembro passado e algumas ‘pombas’ mais centristas sofreram uma mutação para ave de rapina.

Segundo a mais recente radiografia feita, já em maio, pelo portal financeiro InTouch Capital Markets, o número de ‘falcões’ já domina o conselho do banco, que é formado pela comissão executiva de seis membros e os 19 governadores dos bancos nacionais do sistema do euro (ver tabela).

François Villeroy de Galhau, o governador do Banco de França, disse na semana passada em Paris, que usar essa “taxonomia ornitológica” é “preguiça intelectual”, mas, na realidade, os analistas continuam a tentar encaixar cada um dos 25 membros do conselho do BCE naquelas espécies (e pode ver aqui neste trabalho que publicámos recentemente mais de uma dezena de exemplos de criaturas que marcam o léxico dos mercados).