A GameStop, a protagonista das semanas loucas nos mercados norte-americanos de janeiro de 2021, quer deixar de ser um alvo fácil para aqueles que têm apostado na queda dos preços das suas ações. E, desta forma, afastando-se do negócio central focado no retalho de videojogos em lojas físicas – um modelo em declínio numa era em que as compras digitais já são transversalmente populares – irá começar a comercializar non-fungible tokens (ativos não-fungíveis, em português), de acordo com o “Wall Street Journal” desta sexta-feira.
A GameStop pretende, segundo o jornal, lançar um espaço de compra e venda destes ativos digitais, como a compra de roupas ou utensílios dos universos particulares de cada jogo. Contratou para tal cerca de 20 pessoas e está prestes a associar-se a duas empresas para o desenvolvimento de jogos com base na tecnologia da cadeia de blocos (blockchain). Segundo o “Wall Street Journal”, a GameStop prepara, além do acordo a ser celebrado com estas duas empresas, mais de 10 colaborações deste tipo, nas quais irá investir dezenas de milhares de dólares no desenvolvimento conjunto de projetos.
O objetivo é afastar-se de um modelo de negócio até agora centrado na venda de jogos em lojas físicas, que tem levado a empresa a apresentar nos últimos anos perdas avultadas. A pandemia veio mudar, ou reforçar, hábitos de consumo online – o que agravou as perspetivas futuras da empresa.
Em janeiro do ano passado, um grupo de participantes de um quadro de debate da Bolsa da plataforma Reddit resolveu, em conjunto, adquirir ações de empresas com modelos de negócio em risco. O alvo eram os grandes fundos, com posições curtas massivas nestas empresas, numa aposta em grandes quedas futuras. Muitos incorreram em perdas avultadas depois desta ‘partida’ dos participantes do quadro do Reddit.
Ilustração: Getty Images