As ações da Impresa, dona da SIC e do Expresso, voltaram a ser negociadas pouco depois das 10h desta segunda-feira e dispararam logo mais de 42,9% no regresso à negociação em Bolsa, para os 0,18 euros, o valor mais alto desde abril de 2023.
Esta valorização surge na sequência das conversações com o grupo italiano MFE -MediaForEurope, detido pela família de Silvio Berlusconi, para a aquisição de uma participação relevante no grupo.
A negociação esteve suspensa pela CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) "para permitir ao mercado absorver a informação entretanto divulgada", anunciou o regulador.
A Impresa emitiu um comunicado no final do dia de sexta-feira em que dava conta das negociações, mas explicava que não existia, até ao momento, qualquer acordo vinculativo entre as duas partes.
“A Impresa informa que lhe foi comunicado pelo seu acionista maioritário que este se encontra a desenvolver contactos, em exclusividade, com o grupo MFE com vista à avaliação de potenciais operações societárias para a aquisição de uma participação relevante na Impresa, embora não exista, nesta data, qualquer acordo vinculativo entre o acionista e a MFE para o efeito”, pode ler-se no comunicado da Impresa à CMVM.
A manhã tem sido atribulada para a empresa que está a registar uma liquidez muito superior ao normal. Até ao momento já trocaram de mãos mais de 2,8 milhões de títulos, que compara com a média diária de 197 mil, nos últimos trinta dias.
A valorização desta segunda-feira impulsiona o valor de mercado da empresa para mais de 32 milhões de euros (na sexta-feira a capitalização bolsista da Impresa rondava os 21 milhões).
Às 11h10 as ações da Impresa eram negociadas a 19 cêntimos, com uma valorização de quase 53% face ao valor de fecho de sexta-feira, conferindo à empresa uma capitalização bolsista de 32,2 milhões de euros.
A Impresa terminou a primeira metade do ano com prejuízos de 5,1 milhões de euros, mais 27,1% do que os quatro milhões registados nos primeiros seis meses do ano passado.
No ano passado, registou um prejuízo histórico de 66,2 milhões de euros, influenciado pela constituição de imparidades. Excluindo esse impacto, o resultado líquido ajustado foi negativo em 5,5 milhões de euros, depois de um prejuízo de 2 milhões em 2023.
O grupo MFE, que agora se assume como um potencial comprador, fechou 2024 com um resultado líquido de 266 milhões de euros (face a 209 milhões em 2023).