A postura de Bruno Ferreira, 44 anos — com provas dadas nas áreas do direito bancário, societário e dos valores mobiliários —, não faz suspeitar que está à frente da PLMJ, um dos três maiores escritórios de advogados do país. Tem uma proximidade não fingida às pessoas e, ao longo da conversa com o Expresso, foi nelas que, várias vezes, colocou a tónica. Nomeado managing partner em abril de 2020, é o rosto da renovação geracional da sociedade de advogados fundada no final dos anos 60. Vai suceder a Luís Pais Antunes, ainda na administração, que se reforma em 2022, quando atinge os 65 anos.
Se a transição na liderança aparenta ser pacífica, o mesmo não se pode dizer da reestruturação do escritório, iniciada no final de 2018 e marcada por saídas intempestivas de sócios históricos. O processo tumultuoso, com desentendimentos sobre a estratégia a seguir, precipitou o bater de porta de advogados cuja carreira já não passava pela PLMJ, mas a corrente também levou profissionais que apanharam de surpresa os colegas. Pelas contas do Expresso, saíram 18 sócios da PLMJ, entre finais de 2018 e setembro deste ano, alguns dos quais levaram as equipas. O caso mais recente diz respeito a quatro sócios do escritório do Porto — Miguel C. Reis, Manuel Cavaleiro Brandão, Maria da Conceição Cabaços e João Velez de Lima — e respetivos colaboradores que se mudaram para a concorrente Vieira de Almeida.